Lula conversa com famílias de reféns do Hamas e promete esforços pela paz

Presidente conversou com família brasileira que está na Faixa de Gaza e voltou a cobrar os dois lados do conflito

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Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou na manhã desta quinta-feira (26) de uma videoconferência com o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos durante a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Segundo o Palácio do Planalto, Lula manifestou solidariedade aos familiares dos reféns e desaparecidos. Ele relembrou que o Brasil propôs uma resolução que previa a libertação dos reféns, mas o texto acabou vetado pelos Estados Unidos, tradicional aliado de Israel.

Lula durante reunião do Conselho da Federação, no Palácio do Planalto - Gabriela Biló - 25 out. 2023/Folhapress

"Quero que saibam que eu comungo do sentimento de vocês. Quero que saibam que eu me coloco do lado de vocês para poder reivindicar de volta aquelas pessoas que vocês amam que não participaram de guerra, não querem guerra e que foram sequestradas", disse Lula ao grupo.

"Queria que vocês soubessem que ontem, hoje e amanhã nós estaremos solidários com a vítima de sequestro, a vítima dessa guerra, porque queremos paz", seguiu o petista. "Vou continuar conversando com todos os presidentes que for possível, conversar para que a gente consiga libertar vocês, criar corredores humanitários para cuidar das pessoas que estão sendo vítimas da insanidade."

Ainda na manhã desta quinta-feira (26), o presidente também conversou com uma família de brasileiros que se encontra na Faixa de Gaza, mas não consegue deixar a zona de conflito por conta do fechamento da fronteira com o Egito.

Lula iria participar de um café da manhã com jornalistas que trabalham na cobertura da Presidência da República, no Palácio do Planalto. No entanto, cancelou o evento a menos de uma hora do seu início devido a "conversas que estaria tendo com diplomatas" sobre o conflito no Oriente Médio.

O fórum reúne familiares de reféns e desaparecidos em decorrência do ataque do grupo terrorista Hamas ao território israelense, há três semanas. Não trata, portanto, de desaparecidos ou vítimas do lado palestino do confronto.

Segundo nota da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), a conversa com os familiares de desaparecidos e reféns do Hamas foi solicitada pelo próprio grupo, por meio de uma carta enviada ao governo brasileiro.

Lula ouviu os relatos dos familiares, em particular as histórias da captura e da perda de contato com seus parentes. Alguns dos desaparecidos são jovens que estavam em um festival de música, perto da fronteira com a Faixa de Gaza.

Os familiares ainda acrescentaram que alguns sofrem de doenças crônicas e estão sem seus remédios de uso contínuo. "Na maior parte dos casos, nem sequer há evidência de que estejam vivos", afirma a nota.

Lula condenou os ataques contra civis, em quaisquer circunstâncias. Também, segundo a Secom, enfatizou a importância de que as pessoas diretamente atingidas pelo terrorismo e pela guerra sejam ouvidas. "Lembrou que, nos dois lados do conflito, há pessoas que desejam a paz", afirma a nota.

"Expressando sua solidariedade, o presidente manifestou que, como pai e avô, compartilha a dor das famílias afetadas e afirmou que o Brasil também está em luto pelo ocorrido. Recordou, ainda, as duas viagens que fez para Israel, em 1993 e 2010, e a excelente relação que manteve com o ex-presidente Shimon Peres", segue o texto.

Lula também acrescentou que está empenhado na construção da paz, na libertação dos reféns e na abertura de um corredor humanitário. O presidente ressaltou a resolução que foi articulada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU, que previa a libertação dos reféns e uma trégua nos ataques israelenses. A resolução foi vetada pelos EUA, que historicamente blinda o aliado Israel no órgão das Nações Unidas.

"[Lula] Garantiu que o país continuará trabalhando pela libertação dos reféns ao longo de seu mandato no órgão e mesmo depois de seu término, em dezembro", afirma a Presidência, na nota.

Lula tem cobrado ações dos dois lados do conflito. Do Hamas, pede a liberação dos reféns. De Israel, cobra uma trégua nos ataques para viabilizar a entrada de ajuda humanitária.

"O presidente Lula falou da operação de repatriação montada pelo governo brasileiro e ressaltou que serão feitos todos os esforços possíveis para que voltem e permaneçam no Brasil em segurança. Assegurou que manterá o avião presidencial a postos no Cairo, para ser acionado assim que a fronteira for aberta, e que ampla operação de acolhimento está montada no Brasil", acrescentou a Secom.

Participaram também o assessor especial Celso Amorim; o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) e a assessora especial do presidente, Clara Ant. Os dois últimos são judeus.

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