China diz que destróier dos EUA entrou em suas águas sem permissão

Militares de Pequim mobilizaram forças navais e aéreas para 'rastrear, monitorar e alertar' a embarcação americana

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Xangai | Reuters

O Exército da China informou neste sábado (25) que o destróier naval americano USS Hopper entrou nas águas territoriais chinesas sem a aprovação do governo local, dias depois de os líderes dos dois países acertarem uma retomada de comunicação militar.

De acordo com uma mensagem na conta oficial do WeChat do Comando do Sul do Exército de Libertação do Povo Chinês, os militares do país mobilizaram suas forças navais e aéreas para "rastrear, monitorar e alertar" a embarcação.

Forças da Filipinas observam navios americanos e filipinos no mar do Sul da China - Forças Armadas das Filipinas - 4.set.23/AFP

A mensagem acrescentava que o incidente "prova que os Estados Unidos são um verdadeiro ‘criador de riscos de segurança’ no mar do Sul da China".

O anúncio surge dias depois de a China ter acusado as Filipinas de recrutar forças estrangeiras para patrulhar o mesmo mar em referência às patrulhas conjuntas realizadas desde terça-feira (21) pelas Marinhas filipina e americana.

Este mês, Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos, e Xi Jinping, o líder chinês, encontraram-se por cerca de quatro horas na Califórnia, às margens do encontro anual da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na sigla em inglês), grupo que reúne 21 economias da região do Pacífico.

O principal avanço da reunião foi a retomada do contato entre o braço militar de cada país e a reabertura para que os dois líderes voltem a falar diretamente entre si.

O fechamento unilateral pela China desses canais, em meio a um aumento de interceptações de navios e aviões americanos em zonas internacionais próximas de Pequim, era uma das maiores preocupações de Washington.

"Erros de cálculo vitais em qualquer um dos lados podem causar problemas reais com um país como a China ou qualquer outra potência", disse Biden após a reunião.

Durante o encontro, que reuniu comitivas dos dois países, Xi afirmou que a relação bilateral entre Estados Unidos e China é a mais importante do mundo. Reconheceu que há problemas nesse diálogo, mas afirmou que uma potência virar as costas para a outra "não é uma opção". "Conflito e confronto têm consequências intoleráveis para os dois lados."

Não houve um comunicado conjunto emitido após a reunião, mas o presidente americano disse a jornalistas que as discussões foram umas das "mais produtivas e construtivas" entre os dois líderes.

Em nota sobre o encontro, a Casa Branca afirmou que o americano "reiterou que o mundo espera que Estados Unidos e China gerenciem sua competição responsavelmente para evitar que ela leve a um conflito, confronto, ou uma nova Guerra Fria".

Xi e Biden devem se reunir novamente, mas ainda não há uma data para o encontro, informou a Casa Branca na segunda-feira (20).

Neste sábado, a ministra das Relações Exteriores do Japão, Yoko Kamikawa, após se reunir com o principal diplomata chinês, Wang Yi, informou que Japão e China também esperam manter conversas sobre segurança num futuro próximo.

Esta foi a primeira vez que os dois diplomatas se encontraram desde que Kamikawa se tornou ministra, em setembro. "Confirmamos que estamos buscando uma comunicação mais estreita sobre uma variedade de questões", disse Kamikawa aos jornalistas, após a reunião, acrescentando que os países também devem conversar sobre economia.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.