Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Ataque à Rússia mata 24 um dia após maior bombardeio contra Ucrânia em meses

Ação deixa mais de cem feridos em Belgorod, cidade na fronteira; Kiev não comenta

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Reuters

Um ataque à cidade russa de Belgorod matou 24 pessoas, incluindo duas crianças, e feriu mais de cem neste sábado (30), de acordo com o governo da Rússia. A ação ocorre um dia após uma das maiores ofensivas aéreas do país à Ucrânia, que deixou 39 mortos e dezenas de feridos.

Viatcheslav Gladkov, governador da região onde fica a cidade, afirmou que uma área residencial foi atingida e, em uma postagem no Telegram, pediu a todos os moradores da cidade que fossem a abrigos antiaéreos enquanto soassem as sirenes.

Casa danificada por bombardeio em Urazovo, em Belgorod, segundo o governador da região Viatcheslav Gladkov
Casa danificada por bombardeio em Urazovo, em Belgorod, segundo o governador da região Viatcheslav Gladkov - Governo de Belgorod/Reuters

Assim como outros locais da Rússia que fazem fronteira com a Ucrânia, Belgorod sofreu bombardeios ao longo do ano. Moscou atribui todos eles a Kiev.

Imagens publicadas pela agência de notícias estatal RIA mostram pelo menos três carros em chamas, e outras fotografias que circulavam na internet exibiam uma coluna de fumaça escura sobre a cidade.

Dois moradores disseram à Reuters que viram mísseis de defesa aérea subindo ao céu, seguidos por impactos no ar e, em seguida, explosões mais altas.

Alexander Bogomaz, governador da região de Briansk, que também faz fronteira com a Ucrânia, disse também neste sábado que uma criança foi morta em ataques a "alvos civis" em duas localidades, sem especificar quando ocorreram.

Segundo o jornal Kommersant, que atribuiu a informação a uma pessoa próxima do Comitê de Investigação Russo, os mísseis partiram de um lançador de foguetes na região de Kharkiv, na Ucrânia, e atingiram uma pista de patinação na praça da Catedral, além de um centro comercial, prédios residenciais e um carro na cidade russa.

Após a ofensiva, a Rússia solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU e assegurou que o ataque "não ficaria impune". Defesas antiaéreas russas conseguiram interceptar dois mísseis e a maioria dos foguetes lançados contra a cidade, o que teria evitado um número de mortos "infinitamente mais grave" segundo o Kremlin.

Horas depois, autoridades da Ucrânia afirmaram que mísseis russos atingiram o centro de Kharviv, no leste, e feriram 21 pessoas, incluindo dois meninos de 14 e 16 anos e um conselheiro de segurança de uma equipe de jornalistas alemães.

Segundo o chefe da polícia de Kharkiv, Volodimir Timochenko, um dos projéteis atingiu um hotel e um prédio residencial. Outros três atingiram uma área industrial, mas não causaram danos. O governador da região, Oleh Sinehubov, disse que dez das vítimas estão hospitalizadas e uma mulher está em estado grave.

"Estamos reparando danos a um centro médico, prédios residenciais de apartamentos múltiplos, lojas, locais públicos e meios de transporte", afirmou ele.

Kiev, que raramente assume a responsabilidade por ofensivas em território russo, não comentou os ataques deste sábado.

O veículo de notícias ucraniano RBC-Ucrânia afirmou, no entanto, citando fontes anônimas militares, que as Forças Armadas do país atingiram alvos militares em Belgorod em resposta a um amplo bombardeio russo realizado nesta sexta-feira (29). Maior ofensiva aérea de Moscou em mais de um ano de conflito, ela deixou 39 mortos em diversas cidades ucranianas e na capital, Kiev, segundo informações atualizadas neste sábado pelo presidente Volodimir Zelenski.

De acordo com a Força Aérea ucraniana, foram identificados 158 armamentos utilizados, dos quais 114 teriam sido abatidos. O Kremlin, por sua vez, afirmou por meio de seu Ministério da Defesa que havia "alcançado todos os seus objetivos".

Kiev relata que o ataque russo começou de madrugada com 36 drones kamikaze Shahed-136, de fabricação iraniana, vindos do norte e do sudeste —27 deles teriam sido destruídos.

Em seguida, entre 3h e 6h da manhã no horário local (22h de quinta e 1h de sexta, no horário de Brasília), 18 bombardeiros estratégicos Tupolev Tu-95 foram empregados para lançar ao menos 90 mísseis de cruzeiro das famílias Kh-101, Kh-55 e Kh-555, uma versão atualizada do anterior, subsônicos e de fabricação soviética. Desses, 87 teriam sido abatidos.

A região de Kharkiv (leste) foi atingida por ao menos 14 mísseis de cruzeiro lançados da Crimeia e das regiões russas de Kursk e Belgorod. Os militares ucranianos afirmam ainda que Moscou empregou cinco jatos MiG-31, que atingiram alvos com cinco mísseis hipersônicos Kinjal, e mais cinco mísseis usados por aeronaves Su-35.

Pelas contas de projéteis identificados e abatidos pelos militares ucranianos, 9 drones, além dos 14 mísseis de cruzeiro, os 5 hipersônicos Kinjal e os 5 utilizados pelos jatos Su-35 atingiram os alvos em terra.

Ao menos 159 ficaram feridas, e houve danos a uma maternidade na cidade de Dnipro e a prédios residenciais em Lviv (oeste), próxima à fronteira com a Polônia, assim como a construções no porto de Odessa (sul) e na cidade de Kharkiv (nordeste). As regiões de Donetsk e de Zaporíjia, ambas no leste —a última, lar da maior usina nuclear do mundo—, também foram atingidas.

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