Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em um ataque nas proximidades da torre Eiffel em Paris, informou o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, em uma rede social neste sábado (2).
Segundo ele, o suspeito pelo ataque gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe) e disse à polícia que não podia tolerar a morte de tantos muçulmanos na Faixa de Gaza e no Afeganistão.
O agressor foi identificado como um francês de 26 anos com problemas psiquiátricos que morava com os pais na região de Esonne, no sul parisiense. Ele havia sido condenado a quatro anos de prisão em 2016 por planejar um outro atentado, e constava na lista de vigilância dos serviços de segurança franceses.
O ataque ocorreu por volta das 19h do horário local (15h em Brasília). O agressor a princípio atacou um casal de turistas com uma faca no Quai de Grenelle, a poucos metros da torre Eiffel, e matou um deles, um turista alemão nascido nas Filipinas, de 23 anos.
Em seguida, já em fuga da polícia, ele atacou e feriu outros dois pedestres —um britânico e um francês de respectivamente 66 e 60 anos— com um martelo antes de ser detido, neutralizado com uma arma de choque. O escritório do procurador da divisão antiterrorismo assumiu a investigação.
"Envio minhas condolências à família e aos entes queridos do cidadão alemão morto esta noite em um ataque terrorista em Paris", declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, em uma rede social, acrescentando ainda estar pensando com afeto naqueles que estão sob cuidados médicos. Sua primeira-ministra, Elizabeth Borne, também se pronunciou em uma plataforma. "Não cederemos ao terrorismo", disse.
Este é o segundo ataque desse tipo na França desde a incursão do Hamas a Israel de 7 de outubro que deixou 1.200 mortos —a retaliação de Tel Aviv na Faixa de Gaza já matou mais de 15 mil palestinos de acordo com o Ministério de Saúde local, vinculado à facção terrorista.
Em 13 de outubro, um professor morreu e outro ficou ferido em um ataque a faca em uma escola de ensino médio no norte da França. O agressor, um homem de origem tchetchena já conhecido por órgãos de segurança por seu envolvimento com o islamismo radical, também gritou "Deus é grande" em árabe na ocasião. Na época, as autoridades classificaram o atentado de terrorista.
À agência de notícias Reuters, o empresário Didier Fleury, 63, que mora perto do local do ataque, afirmou que não ficou exatamente surpreso com o incidente. "Como esses ataques são aleatórios, é muito difícil preveni-los. Provavelmente teremos mais deles. O fim do ano está chegando e, infelizmente, acho que esse não vai ser o último."
A França lida com ataques terroristas pelo menos desde 2015, quando dois homens invadiram o jornal satírico Charlie Hebdo e deixaram 12 mortos, incluindo alguns dos chargistas mais célebres do país.
As tensões aumentaram na França, um país com grandes populações judaica e muçulmana, após o ataque do movimento islamista palestino Hamas contra Israel em 7 de outubro e o subsequente bombardeio israelense à Faixa de Gaza.
O incidente ocorre a menos de oito meses do início dos jogos Olímpicos em Paris e pode levar a questionamentos sobre a segurança do evento. A capital francesa planeja uma cerimônia de abertura com um público de mais de 600 mil pessoas no rio Sena.
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