Estado Islâmico assume ataque nas Filipinas que deixou ao menos 4 mortos

Polícia avalia que grupo terrorista teria feito ação de retaliação após morte de combatentes; 50 pessoas ficaram feridas

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Manila (Filipinas) | Reuters

Ao menos quatro pessoas morreram e outras 50 ficaram feridas em uma explosão que atingiu uma missa dentro do ginásio de uma universidade no sul das Filipinas na manhã deste domingo (3) —noite de sábado (2) em Brasília.

Horas após o ataque, o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assumiu a autoria da ação e disse, em um aplicativo de mensagens, que um de seus homens foi responsável por plantar a bomba no espaço que pertence à Universidade Estadual de Mindanao.

Soldados ao redor de ginásio onde missa católica ocorria em universidade das Filipinas
Soldados ao redor de ginásio onde missa católica ocorria em universidade das Filipinas - Merlyn Manos/AFP

O presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., condenou o ataque, culpando "terroristas estrangeiros", enquanto a polícia e o Exército reforçavam a segurança no sul do país e ao redor da capital Manila. "Extremistas que usam a violência contra os inocentes sempre serão considerados inimigos de nossa sociedade."

O governador de Lanao del Sur, Mamintal Adiong, também disse que "condena este violento ataque a bomba". "Ataques terroristas em instituições educacionais precisam ser condenados porque esses locais promovem uma cultura de paz."

As Forças Armadas filipinas afirmaram no sábado que haviam matado 11 combatentes, incluindo membros do Dawlah Islamiyah, uma facção pró-Estado Islâmico, em uma operação militar no dia anterior, na província a Maguindanao del Sur.

A explosão ocorreu em Marawi, cidade sitiada por militantes islamistas durante cinco meses em 2017. Pelo contexto, o chefe das Forças Armadas, Romeo Brawner, já dizia acreditar que o EI estava envolvido no que seria uma espécie de ataque de retaliação.

O grupo Maute, ligado ao Estado Islâmico, tomou Marawi em maio de 2017, colocando-a sob controle do EI. Na batalha de cinco meses que se seguiu, combatentes islâmicos e forças filipinas mataram mais de mil pessoas, incluindo civis.

O secretário de Defesa, Gilberto Teodoro, disse durante uma entrevista a jornalistas que as operações de aplicação da lei para levar à justiça os responsáveis pela "atividade terrorista" continuarão "sem interrupção."

Fragmentos de um morteiro de 16 mm foram recuperados no local. Oficiais militares inspecionaram o ginásio da Mindanao State University, que parecia intacto, exceto por marcas de queimadura no centro onde ocorreu a explosão, de acordo com imagens compartilhadas pelo governo local no Facebook.

Cadeiras plásticas brancas estavam espalhadas. Vídeos postados pela rádio DZBB mostraram socorristas carregando pessoas feridas para fora do ginásio em cadeiras plásticas.

Em nota publicada no Facebook, a Universidade Estadual de Mindanao afirmou "estar profundamente consternada e chocada com o ato de violência ocorrido durante uma cerimônia religiosa. Condenamos inequivocamente este ato sem sentido e horrível." A universidade suspendeu as aulas até novo aviso.

Os escritórios de polícia em Mindanao e na região da capital foram colocados em alerta máximo e os postos de controle policial foram reforçados "para evitar possíveis incidentes subsequentes", disse o oficial de polícia Peralta.

A guarda costeira direcionou seus distritos para intensificar a inspeção pré-partida nos portos.

Poucas horas antes, as Filipinas haviam sido atingidas por um forte terremoto de magnitude 7,6 que levou vários dos moradores a fugirem de áreas costeiras diante do temor de um tsunami. Uma pessoa morreu.

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