Descrição de chapéu China

Terremoto mais mortal em 9 anos na China deixa pelo menos 127 mortos

Sismo de magnitude 6,1 provoca destruição na província de Gansu; temperaturas baixas agravam situação

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Pequim | Reuters e AFP

Um terremoto de magnitude 6,2 atingiu uma das regiões mais pobres da China pouco depois da meia-noite desta terça-feira (19) —ainda segunda em Brasília—, matou 127 pessoas e feriu centenas, além de danificar estradas, causar deslizamentos de terra e deixar uma vila sob a lama. Oficialmente, 20 pessoas ainda estão desaparecidas.

O terremoto ocorreu à 0h59 no horário local (13h59 no horário de Brasília) a 10 km da superfície —por ser rasa, a profundidade pode aumentar o potencial de destruição do sismo. Em um primeiro momento, o USGS (sigla em inglês para Serviço Geológico dos Estados Unidos) havia relatado que sua magnitude era de 6,0. A mídia estatal relatou pelo menos 32 réplicas nas horas seguintes.

Equipes de resgate atuam no município de Dahejia, em Gansu, na China - Zhang Ling/Xinhua

Terremotos são fenômenos comuns na China —em setembro de 2022, por exemplo, pelo menos 66 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em tremores na província de Sichuan, no sudoeste.

Este, porém, já é o tremor com o maior número de mortes no país desde 2014, quando mais de 600 pessoas morreram na província de Yunnan, no sudoeste do país. O mais mortal das últimas décadas foi em 2008, quando a região foi cenário de um terremoto de magnitude 7,9 que deixou 87 mil mortos ou desaparecidos, incluindo milhares de estudantes.

O epicentro do tremor foi a 100 km a sudoeste de Lanzhou, capital da província de Gansu. Localizada na fronteira nordeste de um planalto tectonicamente ativo, a região sofreu os danos mais extensos do sismo. No entanto, tremores foram sentidos a até 1.000 km de distância, na província central de Henan, por exemplo, onde jornais locais compartilharam vídeos de móveis balançando nas casas dos moradores.

Em uma área próxima do centro do tremor, o teto de uma mesquita desabou e outro edifício ficou reduzido a escombros, segundo uma equipe da agência de notícias AFP. As rodovias estavam repletas de veículos militares e de emergência.

"Estava com muito medo. Olhe como as minhas mãos e pernas estão tremendo", declarou uma mulher em um vídeo divulgado nas redes sociais do jornal estatal Diário do Povo. "Eu saí correndo de casa, a terra da montanha cedeu e caiu no teto", acrescentou a jovem, sentada com um bebê nos braços e coberta por uma manta.

De acordo com a mídia estatal, em uma das áreas mais afetadas na província de Gansu, a vila de Dahexiang, há muitas casas em risco de desabamento ou colapsadas, especialmente as construídas com terra e barro. "Eu tenho mais de 80 anos e nunca tinha visto um terremoto tão grande", disse um senhor que estava sendo resgatado de sua casa.

A província de Qinghai, vizinha a Gansu, também sofreu danos, segundo a Xinhua, e vários moradores saíram às pressas para as ruas. Uma equipe foi enviada às áreas atingidas para avaliar o impacto do terremoto e fornecer orientação às operações de socorro, segundo nota da Comissão Nacional de Prevenção, Redução e Alívio de Desastres da China e do Ministério de Gerenciamento de Emergências.

Algumas áreas atingidas pelo sismo estão localizadas em regiões altas, onde o clima é frio. As autoridades, portanto, preocupam-se com outros fatores além do terremoto. A temperatura em Linxia, na província de Gansu, por exemplo, era de -14°C na manhã desta terça. Parte da China enfrenta temperaturas abaixo de zero após a chegada de onda de frio na semana passada.

Pela manhã, equipes de emergência procuravam sobreviventes entre os escombros dos prédios. Embora as 72 horas após um terremoto sejam o momento mais provável para resgatar sobreviventes, o prazo desta vez pode ser menor devido ao clima rigoroso, com vítimas presas enfrentando maior risco, disse a Xinhua.

Infraestruturas de água, eletricidade, transporte, comunicações e outras também foram danificadas pelo terremoto, mas as autoridades não forneceram detalhes. Autoridades do condado de Jishishan, com uma população de cerca de 260 mil pessoas espalhadas por vilas e municípios, disseram que o governo local, sem recursos, teve que depender do governo provincial.

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