Ameaças de bomba forçam 6 estados dos EUA a fecharem sedes de seus Legislativos

Polícias locais e FBI dizem que mensagens enviadas por email eram falsas; caso ilustra prática comum de 'swatting' no país

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Ameaças de bomba enviadas por email levaram seis sedes estaduais do Poder Legislativo dos Estados Unidos a serem temporariamente fechadas e esvaziadas na manhã desta quarta-feira (3).

Autoridades relataram que ameaças foram feitas aos estados de Connecticut, Geórgia, Kentucky, Michigan, Mississippi e Montana. A polícia fez buscas nos prédios e, até a tarde de quarta-feira, não havia relatado a descoberta de explosivos ou equipamentos suspeitos.

Pessoas ao redor do Capitólio do Mississippi, a sede do Legislativo estadual
Pessoas ao redor do Capitólio do Mississippi, a sede do Legislativo estadual - Rory Doyle - 28.jun.20/AFP

O Departamento de Segurança Pública do Mississippi disse que a "ameaça foi eliminada". Já o Departamento de Serviços Gerais de Montana afirmou que "a ameaça foi considerada não crível" e que a sede do estado havia sido reaberta ao público.

A sede em Connecticut foi brevemente fechada antes de reabrir depois que a polícia determinou que a ameaça era falsa. O governador de Kentucky, o democrata Andy Beshear, por sua vez, disse em um comunicado que "todos estavam seguros" e que o Capitólio estadual havia sido esvaziado enquanto a polícia investigava.

"Estamos cientes de ameaças semelhantes feitas a outros escritórios em todo o país", dizia o comunicado. A polícia afirmou que era seguro para as pessoas retornarem ao Capitólio, como são conhecidas as sedes dos Legislativos nos EUA, disse o secretário de Estado de Kentucky, Michael Adams.

De acordo com informações obtidas pela rede americana CNN, um email foi enviado a vários destinatários, entre eles alguns secretários de Estado, com cópia para as sedes legislativas de ao menos 23 estados americanos. O remetente alegava ter colocado explosivos dentro do prédio, embora não especificasse nenhum estado.

O FBI, a polícia federal americana, publicou nota afirmando estar "ciente dos incidentes". "O FBI leva muito a sério as ameaças falsas porque elas colocam pessoas inocentes em risco", disse a corporação. "Embora não tenhamos informações que indiquem uma ameaça específica, continuaremos trabalhando para agir de acordo com as informações sobre ameaças que chegarem ao nosso conhecimento."

A ameaça no terceiro dia deste ano, ainda que falsa, abre o temor sobre quais desdobramentos podem acompanhar o desenrolar das eleições presidenciais de novembro, que definirão o próximo chefe da Casa Branca em uma corrida na qual o democrata Joe Biden e o republicano Donald Trump se mostram os candidatos mais prováveis, no que seria uma reedição da polarizada disputa de 2020.

E os incidentes do tipo envolvendo políticos têm se multiplicado. Ao longo deste período de recesso do Legislativo, foram diversos os relatos de ameaças feitos por legisladores em redes sociais.

A prática que vem ganhando corpo é conhecida como "swatting" —termo em inglês formado pela combinação de "SWAT" (unidade de forças especiais da polícia dos EUA) e "batting" (batida policial).

Nestes casos, alguém faz uma denúncia falsa para as autoridades, usualmente relatando um caso de urgência, como sequestros, ataques a tiros e bombas, para mobilizar as forças de segurança de maneira desnecessária e espalhar medo entre a população.

O senador republicano Rick Scott, ex-governador da Flórida, foi um dos que relataram casos do tipo. Ele afirmou no último dia 28 de dezembro que, na noite anterior, enquanto jantava com a esposa, alguém direcionou a polícia para a sua residência, na cidade de Naples, sem motivo. "Esses criminosos desperdiçam o tempo e os recursos da lei numa tentativa doentia de aterrorizar minha família", escreveu no X.

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.