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Elon Musk visita Auschwitz após receber críticas por comentários antissemitas

X, rede social controlada pelo bilionário, viu debandada de anunciantes após endosso do empresário a falas contra judeus

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Cracóvia | Reuters

O empresário dono do X, Elon Musk, fez visita privada ao campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, nesta segunda-feira (22), depois que a rede social experimentou uma debandada de anunciantes em razão do endosso de Musk a comentários antissemitas de usuários, em novembro passado.

A Associação Judaica Europeia (EJA) afirmou que Musk realizou a visita com o rabino Menachem Margolin, presidente da organização, do jornalista conservador americano Ben Shapiro e do sobrevivente do Holocausto Gidon Lev.

O empresário Elon Musk em visita privada ao campo de concentração Auschwitz-Birkenau, na Polônia, acompanhado do presidente da Associação Judaica Europeia, Menachem Margolin
O empresário Elon Musk em visita privada ao campo de concentração Auschwitz-Birkenau, na Polônia, acompanhado do presidente da Associação Judaica Europeia, Menachem Margolin - Yoav Dudkevitch - 22.jan.2024/Associação Judaica Europeia via Reuters

"Musk colocou uma coroa de flores no muro da morte e participou de uma breve cerimônia no memorial de Birkenau", disse um porta-voz da EJA.

Mais tarde, o empresário esteve em Cracóvia, próxima ao campo de concentração, onde participou de uma conferência sobre o aumento do antissemitismo desde o início do conflito entre Israel e Hamas, em outubro do ano passado.

"As auditorias externas que temos feito mostram que há menores quantidades de antissemitismo no X, se comparadas com todos os outros aplicativos de rede social", afirmou o bilionário durante o evento.

O X viu grandes anunciantes suspenderem ou deixarem a rede social desde que Musk, no final do ano passado, chamou de "verdade real" a publicação de um usuário da plataforma que defendia uma teoria da conspiração antissemita acusando comunidades judaicas de promoverem "ódio contra brancos".

Antes disso, Musk já vinha sendo criticado após a identificação de aumento do antissemitismo na plataforma e acusações de que ele teria tolerado e mesmo encorajado abusos contra judeus na rede social.

Um relatório do grupo de monitoramento Media Matters precipitou a saída dos anunciantes. Nele, a organização afirma ter encontrado anúncios ao lado de postagens que apoiavam o nazismo. A plataforma entrou com um processo contra o Media Matters por difamação após a divulgação do relatório.

Em meio à polêmica, Musk viajou para Israel em novembro, afirmou ser contra o antissemitismo e contra qualquer coisa que "promova o ódio e o conflito" e disse que o X não promoveria discursos de ódio.

Ele também visitou, junto com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, um kibutz atacado pelo Hamas no dia 7 de outubro. Os dois já haviam se reunido em setembro, às vésperas da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, quando Netanyahu pressionou o empresário, em conversa transmitida ao vivo pela própria rede social, a frear discurso antissemita na plataforma —e recebeu evasivas de Musk.

O Memorial de Auschwitz preserva o local do campo de extermínio estabelecido pela Alemanha nazista no território da Polônia ocupada durante a Segunda Guerra Mundial. Mais de 1,1 milhão de pessoas, a maioria delas judeus, foram mortos no local.

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