Começou nesta quinta-feira (25) o julgamento de uma mulher cujo filho adolescente usou uma arma que ela e seu marido supostamente deram a ele como presente de Natal para matar quatro colegas de escola nos Estados Unidos.
Doze jurados e cinco suplentes foram selecionados em Pontiac, no estado de Michigan, disse o tribunal, para ouvir um raro julgamento de um pai enfrentando acusações criminais a respeito de um ataque a tiros em uma escola.
Jennifer Crumbley, 45, e seu marido, James Crumbley, 47, que serão julgados separadamente no próximo mês, são acusados cada um de quatro acusações de homicídio culposo.
Seu filho, Ethan, que tinha 15 anos na época do ataque de 2021 na Oxford High School, perto de Detroit, se declarou culpado em 2022 de mais de 20 acusações, incluindo quatro de assassinato em primeiro grau. No mês passado, ele foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
No passado, os advogados de Jennifer Crumbley disseram que ela não poderia ter previsto que seu filho cometeria um ataque a tiros em uma escola e que a arma havia sido guardada com segurança em casa.
Ela pediu à juíza Cheryl Matthews que obrigasse seu filho a depor, de acordo com documentos apresentados nesta semana ao tribunal de Pontiac por sua advogada Shannon Smith.
Defensores públicos que representam Ethan Crumbley enquanto ele aguarda o julgamento de um recurso da sua sentença de prisão perpétua estão lutando contra qualquer ordem que o obrigue a depor e dizem que o aconselharão a invocar seu direito de permanecer em silêncio se for chamado.
Especialistas em segurança de armas disseram que esperam que os julgamentos dos Crumbley sirvam como um alerta para os pais em todo o país para melhor protegerem as armas em suas casas. Pesquisas governamentais mostraram que cerca de 75% dos atiradores em escolas obtiveram as armas usadas nos ataques em suas próprias casas.
Especialistas disseram que os julgamentos dos pais abrem novos precedentes legais.
Os promotores afirmam que James Crumbley comprou a pistola 9 mm usada no ataque à Oxford High quatro dias antes de seu filho realizá-lo em 30 de novembro de 2021.
Na manhã do tiroteio, um professor descobriu desenhos de Ethan Crumbley que retratavam uma arma de fogo, uma bala e uma figura sangrando ao lado das palavras "sangue por toda parte", "minha vida é inútil" e "os pensamentos não param —me ajude".
Os Crumbleys foram chamados à escola na manhã do tiroteio e informados de que Ethan precisava urgentemente de aconselhamento e que eles precisavam levá-lo para casa, disseram os promotores. Os pais resistiram à ideia de levar o filho para casa e não revistaram sua mochila nem perguntaram sobre a arma.
Ethan Crumbley foi levado de volta à sala de aula e mais tarde saiu de um banheiro com a arma e começou a atirar, dizem os promotores.
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