Coalizão no Paquistão junta 2º e 3º colocados em eleição para tentar formar governo

Partidos se agrupam após pleito contestado e excluem aliados do ex-premiê Imran Khan, que tiveram mais votos

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Islamabad | AFP

Dois dos três maiores partidos do Paquistão anunciaram nesta terça-feira (13) um acordo para tentar governar em coalizão que exclui o partido do ex-premiê preso Imran Khan, a sigla mais votada na eleição da semana passada. O arranjo alça ao cargo de primeiro-ministro Shehbaz Sharif, também ex-premiê.

A Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N) e o Partido do Povo Paquistanês (PPP) afirmaram em entrevista coletiva que se propõem a formar uma maioria legislativa com outros pequenos partidos.

Shehbaz Sharif, ex-premiê e presidente da Liga Muçulmana do Paquistão, em entrevista coletiva
Shehbaz Sharif, ex-premiê e presidente da Liga Muçulmana do Paquistão, em entrevista coletiva - Arif Ali - 13.fev.2024/AFP

A manobra ocorre após o país se ver enredado em nova crise, em meio a contestações do pleito, atentados, corte na rede de celulares no dia da votação e acusações de fraude eleitoral.

"Os partidos aqui presentes constituem cerca de dois terços da Câmara eleita", ressaltou Sharif, presidente da PML-N. As duas siglas não deram detalhes sobre como serão repartidos os principais cargos no governo.

Khan, preso e inabilitado para concorrer, viu seus partidários do Paquistão Tehreek-e-Insaf (PTI) terminarem como os mais votados na eleição, embora tivessem participado como independentes, já que não estavam autorizados a disputar o pleito pela legenda. O PTI conseguiu cerca de 90 das 266 cadeiras em jogo. A PML-N, de Sharif, ficou em segundo, e o PPP, de Bilawal Bhutto Zardari, em terceiro.

Ex-jogador de críquete popular eleito chefe de governo em 2018, Khan foi deposto em 2022 e condenado a três penas de prisão, sob acusações de corrupção e traição. Ele foi inabilitado poucos dias antes das eleições deste ano.

O ex-premiê atribui seus problemas com a Justiça ao Exército, que acusa de ter orquestrado a sua expulsão do poder, em 2022.

O presidente da PML-N afirmou que os participantes da coalizão anunciada nesta terça-feira estavam dispostos a incluir o PTI de Khan no próximo governo, e pediu que os envolvidos "sacrifiquem os interesses particulares e deixem de lado questões de ego" em prol da "melhoria do país".

Pouco antes do anúncio da coalizão, no entanto, Khan, em uma breve aparição na prisão de Adiala, onde está detido desde agosto, descartou qualquer cooperação com seus rivais. "Nunca estaremos junto com a PML-N ou o PPP", declarou a um grupo de repórteres que cobriam uma audiência judicial na prisão, nos arredores de Islamabad.

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