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Colômbia e guerrilha ELN estendem cessar-fogo por mais 6 meses

Trégua em conflito é parte de diálogos de paz entre governo e grupo armado

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Reuters

O governo da Colômbia e a guerrilha ELN (Exército de Libertação Nacional) decidiram estender por mais seis meses um cessar-fogo nesta terça-feira (6). A trégua havia entrada em vigor no dia 3 de agosto de 2023 e foi prorrogada por cinco dias na última sexta (3), até a decisão desta terça.

Em comunicado conjunto, o governo colombiano e o ELN afirmaram que cada parte dará as respectivas ordens e instruções para o cumprimento da prorrogação. O texto diz que o cessar-fogo pretende melhorar a situação humanitária, bem como proporcionar "condições para que a população civil exerça seus direitos e liberdades, com ênfase nos mais vulneráveis".

Representantes do governo da Colômnia e da guerrilha ELN se cumprimentam após acordo que estende cessar-fogo
Representantes do governo da Colômbia e da guerrilha ELN se cumprimentam após acordo que estende cessar-fogo - Yamil Lage - 6fev.2024/AFP

O comunicado também destaca que o cumprimento do cessar-fogo é responsabilidade do Mecanismo de Monitoramento e Verificação (MMV), que inclui o governo colombiano, o ELN, a Conferência Episcopal Colombiana e a Comissão de Controle, Verificação e Inspeção das Nações Unidas (Unmovic).

Carlos Ruiz Massieu, representante especial do secretário-geral da ONU, António Guterres, e chefe da missão de verificação da ONU, parabenizou a extensão do cessar-fogo. Em seu perfil no X, Massieu escreveu que o acordo é um "sinal da maturidade do processo e do compromisso das partes com a construção da paz".

Além do cessar-fogo, o governo da Colômbia e o ELN anunciaram a criação de um "fundo da paz", mas não houve detalhamento de valores. Segundo a chefe da delegação do governo, Vera Grabe, o fundo tem como objetivo fortalecer o processo de paz.

O chefe das negociações por parte do ELN, Pablo Beltran, alertou que o fundo deve ser gerenciado com "transparência" para evitar corrupção. No passado, negociações do ELN fracassaram devido à cadeia de comando difusa da guerrilha.

O governo do presidente Gustavo Petro reiniciou as negociações de paz com o ELN em 2022 como parte de uma política de paz para encerrar o conflito de seis décadas do país sul-americano, no qual mais de 450 mil pessoas foram mortas.

Até agora, o governo de Petro realizou seis rodadas de negociações de paz com o ELN, um processo apoiado por México, Noruega, Venezuela, Cuba, Brasil e Chile, que estão participando como países fiadores.

Segundo a agência de notícias Reuters, a Colômbia também negocia com o Estado-maior Central (EMC), um grupo dissidente ligado às dissolvidas Farc. Os diálogos com outros grupos, como o Clan del Golfo, ainda não avançaram.

Criado nos anos 1960 e de ideias marxistas, o ELN autou com sequestros, extorsões e participação no narcotráfico. O fim das Farc, por meio de um acordo com o Estado, fez emergir novas oportunidades, o que facilitou a entrada do grupo em território venezuelano, onde hoje há quartéis e acampamentos de treinamento.

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