Descrição de chapéu Estados Unidos Rússia

Sem citar Putin, Trump diz que morte de Navalni mostra decadência dos EUA

Publicação do ex-presidente em sua própria rede social mistura caso do ativista russo a temas de sua campanha política

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Washington | AFP

O ex-presidente americano Donald Trump quebrou o silêncio sobre a morte do opositor russo Alexei Navalni, nesta segunda-feira (19), com uma declaração em que evitou criticar o Kremlin, mas descreveu o ocorrido como um sinal de declínio dos Estados Unidos.

Navalni faleceu na última sexta-feira (16) em circunstâncias ainda pouco claras, aos 47 anos, em uma prisão russa no Ártico, o que deixou a oposição russa no exílio em choque, bem como o Ocidente, onde diversos líderes, inclusive o presidente americano, Joe Biden, atribuíram a culpa por sua morte a Vladimir Putin e a autoridades de Moscou.

Ex-presidente americano Donald Trump na sua mansão em Mar-a-Lago em 16 de fevereiro de 2024
Ex-presidente americano Donald Trump na sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida - Joe Raedle - 16.fev.24/Getty Images via AFP

Em uma mensagem em sua própria plataforma, a Truth Social, o republicano declarou nesta segunda que "a morte repentina" do opositor russo o deixou "cada vez mais consciente do que está acontecendo" nos Estados Unidos, que descreveu como uma "nação em decadência".

"É uma progressão lenta e constante, com políticos, procuradores e juízes corruptos e de esquerda radical que nos levaram pelo caminho da destruição", ressaltou, repetindo o discurso que se tornou bastante recorrente à medida que se acumulam os processos judiciais contra ele.

Trump também voltou a citar "fronteiras abertas, eleições manipuladas e decisões judiciais grosseiramente injustas", reiterando tópicos que têm ocupado a maior parte do seu discurso político na campanha para tentar garantir a indicação republicana e seu retorno à Casa Branca.

A publicação, contudo, não cita nem Vladimir Putin nem o governo russo, na contramão de diversos outros líderes que se posicionaram sobre a morte de Navalni. Biden apontou Putin como responsável pelo óbito do ativista e afirmou que o país está considerando sanções adicionais à Rússia como retaliação.

"Não sabemos exatamente o que aconteceu, mas não há dúvida de que a morte de Navalni foi consequência de algo que Putin e seus capangas fizeram", disse o presidente americano. "As autoridades russas vão contar a sua própria história. Mas não se engane: Putin é responsável pela morte de Navalni."

Favorito nas primárias republicanas para obter a indicação do partido às eleições presidenciais de novembro, Trump não havia se pronunciado sobre a morte do opositor. Seu silêncio inicial havia suscitado críticas de sua principal adversária à nomeação republicana, a ex-embaixadora dos EUA na ONU Nikki Haley.

"O fato de ele não querer reconhecer nada com Navalni... Ou ele está do lado de Putin e acha que está tudo bem que Putin tenha matado um de seus oponentes políticos, ou ele simplesmente não acha que isso seja grande coisa", disse Haley durante entrevista à rede ABC.

Recentemente, o empresário surpreendeu seus aliados ocidentais ao dizer que "encorajaria" a Rússia a atacar membros da Otan, a aliança militar ocidental liderada pelos EUA, que não tivessem cumprido a meta do bloco de destinar 2% do orçamento à defesa. Trump inclusive tem um histórico de elogios a Putin e já o chamou, por exemplo, de gênio.

Com informações da AFP

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