'Bidenpalooza' com Obama, Clinton e celebridades tinha ingressos por até R$ 2,5 milhões

Megaevento de campanha do presidente Joe Biden arrecadou US$ 25 milhões, mas foi interrompido por protestos pró-Palestina

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Washington

Joe Biden, Barack Obama e Bill Clinton dividiram o palco em um megaevento de campanha em Nova York na noite desta quinta-feira (28) que arrecadou um recorde de US$ 25 milhões (R$ 125 milhões), segundo o partido –em todo o mês de fevereiro, por exemplo, foram arrecadados US$ 20 milhões.

A cifra amplia ainda mais a vantagem –ao menos financeira– de Biden sobre seu adversário na eleição, Donald Trump.

Os ingressos, que custavam de US$ 225 (R$ 1.125) a US$ 500 mil (R$ 2,5 milhões), esgotaram. Quem pagou de US$ 100 mil (R$ 500 mil) para cima teve direito a uma foto com os três.

Barack Obama, Joe Biden e Bill Clinton durante evento de campanha democrata em Nova York - Brendan Smialowski/AFP

A conversa entre os políticos foi moderada por Stephen Colbert, do "Tonight Show". Como em outros eventos de Biden, porém, os presidentes foram interrompidos por protestos pró-Palestina enquanto eles falavam sobre a Faixa de Gaza. "Sangue em suas mãos", gritaram alguns manifestantes, para em seguida serem removidos do espaço por seguranças.

A programação da noite incluiu ainda performances de Queen Latifah, Lizzo, Ben Platt, Cynthia Erivo e Lea Michele, apresentadas pela atriz e produtora Mindy Kaling. "É bom estar em um lugar com tanta gente rica", disse a comediante, completando que adorava o fato de eles estarem lá para apoiar um presidente que promete abertamente "aumentar seus impostos".

Kaling também fez piada com a idade dos presidentes, afirmando que ela também está envelhecendo, mas em comparação com eles, parece alguém do elenco adolescente da série "Euphoria".

Durante a tarde antes do evento, os três presidentes participaram da gravação do podcast SmartLess, comandado pelos atores Jason Bateman, Will Arnett e Sean Hayes.

Joe Biden, Barack Obama e Bill Clinton com os apresentadores do podcast Smartless, Jason Bateman, Will Arnett e Sean Hayes
Joe Biden, Barack Obama e Bill Clinton com os apresentadores do podcast Smartless, Jason Bateman, Will Arnett e Sean Hayes - Divulgação

Mais de 5.000 pessoas eram esperadas no icônico Radio City Music Hall, em Manhattan. O local também foi alvo de um protesto pró-Palestina —um grande grupo de pessoas se reuniu em frente à casa de shows com cartazes e bandeiras.

Trump também esteve em Nova York nesta quinta. Em uma tentativa de fazer um contraste com a campanha democrata, criticada como elitista e insensível aos problemas enfrentados pelas famílias americanas, o republicano participou do velório de um policial da cidade morto em serviço na última segunda-feira.

"Nós temos que voltar à lei e ordem. Nós temos que fazer muitas coisas diferentes. Isso não está funcionando. Isso está acontecendo com muita frequência", disse Trump a jornalistas.

Manifestantes pró-Palestina protestam em frente ao Radio City Music Hall antes do evento da campanha de Biden - Getty Images via AFP

Da parte dos democratas, o evento também teve uma preocupação simbólica: fortalecer Biden, recentemente declarado o candidato presumido do partido após uma sequência de vitórias nas primárias.

A ideia de colocá-lo ao lado de Obama, Clinton e celebridades em uma noite de ostentação em Nova York mira projetar uma imagem de prestígio para a campanha de um incumbente que enfrenta níveis altos e persistentes de impopularidade.

Biden está tecnicamente empatado ou mesmo atrás de seu adversário, Donald Trump, nas pesquisas de intenção de voto mais recentes.

Donald Trump discursa após participar de velório do policial Jonathan Diller - Niyi Fote/Thenews2/Folhapress

Trump mais 'pobre' que Biden

Segundo relatórios apresentados à Comissão Eleitoral Federal (FEC) no último dia 20, a campanha do republicano levantou US$ 10,9 milhões em fevereiro, totalizando US$ 33,5 milhões em recursos disponíveis. Já o democrata reportou ter levantado US$ 21,3 milhões no mesmo período, somando US$ 71 milhões em mãos no total.

O empresário enfrenta ainda despesas com quatro processos criminais, uma indenização de US$ 83,3 milhões à escritora E. Jean Carroll por difamação e mais US$ 454 milhões de multa por fraude empresarial –sentenças das quais ele recorreu.

A boa notícia da semana para o republicano foi a abertura de capital da empresa de mídia de Trump, dona da rede social Truth, que resultou em um aumento de patrimônio em cerca de US$ 5 bilhões. O montante, no entanto, está atrelado a ações e, por ora, uma cláusula do acordo o impede de vendê-las.

Enquanto o adversário lida com problemas financeiros e jurídicos, a campanha de Biden ampliou as viagens do presidente a estados-pêndulo, que definirão na prática o resultado da eleição. Na última terça, por exemplo, ele esteve na Carolina da Norte. Na anterior, no Arizona.

"Este aumento histórico é uma demonstração de um forte entusiasmo pelo presidente Biden e pela vice-presidente [Kamala] Harris e uma prova da máquina de arrecadação de fundos sem precedentes que construímos", afirmou em nota o copresidente da campanha Biden-Harris 2024, Jeffrey Katzenberg.

"Ao contrário do nosso oponente, cada dólar que estamos arrecadando vai chegar aos eleitores que decidirão esta eleição. Os números não mentem: o evento de hoje é uma enorme demonstração de força e um verdadeiro reflexo do impulso para reeleger a chapa Biden-Harris", completou.

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