Xi, Kim e Maduro parabenizam Putin por reeleição na Rússia

Na Europa, ditador Lukachenko foi um dos únicos a celebrar vitória; na América Latina, Ortega e Díaz-Canel se manifestaram

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Londres e Paris | Reuters e AFP

Enquanto os governos ocidentais se alinharam nesta segunda-feira (18) para classificar a vitória esmagadora de Vladimir Putin nas eleições da Rússia como injusta e antidemocrática, aliados como a China e a Coreia do Norte parabenizaram o líder veterano por estender seu poder por mais seis anos.

As reações contrastantes destacam o fosso geopolítico que se abriu desde que a Rússia começou uma guerra contra a Ucrânia há dois anos, desencadeando a mais profunda crise nas relações com o Ocidente desde o fim da Guerra Fria, na década de 1990.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, posam para foto durante reunião em Vladivostok - Alexander Zemlianitchenko - 25.abr.2019/Reuters

Putin teve votação recorde na era pós-soviética da Rússia no último domingo (17), consolidando ainda mais seu já amplo controle sobre as instituições do país. A vitória, argumenta ele, mostra que Moscou acertou ao enfrentar o Ocidente e enviar suas tropas para a Ucrânia.

Um dos líderes que celebraram a reeleição foi o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, que tem se aproximado do presidente russo nos últimos anos. Nesta segunda, o ministro da Defesa da Coreia do Sul afirmou que, desde julho, o país vizinho enviou cerca de 7.000 contêineres com armas à Rússia para a ofensiva de Moscou contra a Ucrânia.

"Daremos as mãos firmemente enquanto atendemos às demandas dos tempos para proporcionar um novo ponto de virada para a amizade Rússia-Coreia do Norte, que tem raízes e tradições históricas longas, e avançar para construir uma nação forte", afirmou o líder norte-coreano a Putin, segundo a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA, na sigla em inglês).

Para o líder chinês, Xi Jinping, a reeleição "reflete plenamente o apoio do povo russo", segundo a agência agência Xinhua. "Acredito que, sob a sua liderança, a Rússia certamente será capaz de alcançar mais conquistas no desenvolvimento e construção nacional."

Praticamente isolado na Europa, o ditador da Belarus, Aleksandr Lukachenko, parabenizou Putin por sua "vitória convincente". O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também deu "sinceros parabéns" ao líder russo. "Espero que possamos trabalhar juntos para fortalecer ainda mais a comprovada parceria estratégica entre Índia e Rússia nos próximos anos." Já o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, "felicitou sinceramente" o homólogo pela sua "vitória sólida", segundo a agência estatal de notícias Irna.

Na América Latina, o presidente russo contou com manifestações de apoio de diversos líderes.

Para o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, "Putin venceu a guerra e todo o Ocidente" e "está traçando um longo caminho de reivindicação da nova Rússia para um mundo de equilíbrio". "Nosso irmão mais velho triunfou, são bons presságios", acrescentou o líder, reiterando sua "vontade inabalável de continuar trabalhando de perto" com o aliado.

Para o líder cubano, Miguel Díaz-Canel, o resultado eleitoral é uma "prova do reconhecimento do povo russo à sua gestão". "Continuaremos fortalecendo os laços entre Cuba e Rússia, em setores identificados para o bem-estar de nossos povos", afirmou.

O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, disse que a vitória é "uma contribuição para a indispensável estabilidade da comunidade humana" e destacou "as exemplares e tranquilas jornadas eleitorais que aconteceram nesse enorme país amigo".

Por fim, o presidente da Bolívia, Luis Arce, disse no X que a vitória de Putin "reafirma a unidade do valente povo russo em torno de sua soberania e constante desenvolvimento". "Estamos seguros de que continuaremos a aprofundar nossos laços de fraternidade e cooperação", afirmou.

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