Descrição de chapéu guerra israel-hamas

Conselho de Segurança cobra de Israel cumprimento de promessas para aliviar crise em Gaza

Órgão ressalta que passagens humanitárias seguem fechadas e expressa preocupação com 'custo humano' da guerra

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São Paulo

O Conselho de Segurança das Nações Unidas voltou a manifestar preocupação com a crise humanitária na Faixa de Gaza e cobrou de Israel mais medidas para entregar ajuda à população palestina diante de um cenário de "fome iminente".

O comunicado foi divulgado nesta quinta-feira (11) por Vanessa Frazier, embaixadora de Malta na ONU —o país europeu ocupa neste mês a presidência rotativa do Conselho.

O documento diz ter tomado nota da promessa feita por Tel Aviv de reabrir a passagem de Erez, no norte de Gaza, e de retomar o uso do porto de Ashdod, no sul israelense, para o envio de suprimentos ao território palestino. "Mas [o Conselho] enfatiza que mais precisa ser feito para levar a ajuda humanitária diante da magnitude das necessidades em Gaza".

Mulher palestina senta em meio a destroços na Faixa de Gaza
Mulher palestina senta em meio a destroços na Faixa de Gaza - Mahmoud Issa - 10.abr.24/Reuters

Os membros do órgão mais importante da ONU expressaram "profunda preocupação com o custo humano do conflito, a situação humanitária catastrófica e a ameaça de fome iminente" e pediram "a remoção imediata de todos os obstáculos à entrega de ajuda humanitária" à população civil.

Na semana passada, após pressão de Washington, Israel anunciou a reabertura das passagens para o envio de ajuda a Gaza. Horas antes, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, havia conversado com o premiê israelense, Binyamin Netanyahu —o americano condicionou o apoio a Tel Aviv a uma mudança de postura do aliado na guerra, o que incluiria cessar-fogo, proteção dos civis e combate à crise humanitária.

Mas a reabertura das passagens anunciada por Israel ainda não foi implementada. O ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, disse ao Conselho na quarta (10) que as medidas estavam em fase de preparação.

O Conselho também enfatizou a necessidade de uma "investigação completa, transparente e minuciosa" sobre a morte de sete trabalhadores humanitários da ONG World Central Kitchen em um ataque do Exército israelense no início de abril. Também condenou a morte de pelo menos 224 trabalhadores humanitários desde o início do conflito em Gaza, bem como "toda a violência e hostilidades contra civis".

Em março, o órgão aprovou pela primeira vez uma resolução que demanda um cessar-fogo imediato na guerra Israel-Hamas. Na prática, porém, o texto tem sido ignorado por Tel Aviv, que mantém as ofensivas contra o território palestino.

Apesar de as resoluções do Conselho de Segurança serem vinculantes —de caráter obrigatório— e abrirem caminho para punições a quem desrespeitá-las, dificilmente Israel sofrerá alguma consequência, avaliam analistas. Isso porque a punição por uma eventual violação —a aplicação de sanções econômicas, por exemplo— exige aval do órgão, e é esperado que os EUA vetem qualquer medida mais dura.

Israel irá manter a guerra contra o Hamas em Gaza, mas também está se preparando para cenários em outras frentes, disse Netanyahu nesta quinta em meio à preocupação de que o Irã esteja se preparando para atacar o território israelense em resposta à morte de altos comandantes de Teerã.

"Quem quer que nos prejudique, nós os prejudicaremos. Estamos preparados para atender todas as necessidades de segurança do Estado de Israel, tanto defensiva quanto ofensivamente", disse o premiê em comentários divulgados por seu gabinete após uma visita a uma base militar no sul do país.

O temor de uma retaliação iraniana aumentou após a morte de um general e de outros seis oficiais em um ataque aéreo ao complexo da embaixada de Teerã em Damasco, em 1º de abril. Israel não assumiu a autoria do ataque, mas o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse que Tel Aviv "deve e será punido" pelo ataque.

Netanyahu fez os comentários enquanto tropas e aviões de guerra israelenses iniciavam uma operação no centro de Gaza durante a noite, que, segundo os militares, tinha como objetivo destruir a infraestrutura de grupos palestinos armados. Pelo menos 33.545 palestinos já foram mortos desde o início da ofensiva israelense em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas.

Com AFP

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