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Diplomata aceita candidatura da oposição para enfrentar Maduro

Edmundo González deve concorrer contra ditador da Venezuela após principal liderança antigoverno ser desqualificada

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Caracas | AFP

O diplomata Edmundo González Urrutia disse ter aceitado neste domingo (21) sua nomeação definitiva como candidato da maior plataforma da oposição na Venezuela para enfrentar o ditador Nicolás Maduro nas eleições previstas para 28 de julho. Ele foi escolhido após a principal líder da oposição, María Corina Machado, ser impedida de disputar o pleito.

"Aceito a imensa honra e responsabilidade de ser o candidato de todos aqueles que querem mudanças por meios eleitorais. Um abraço ao povo da Venezuela", escreveu González Urrutia na primeira mensagem pública após confirmar a candidatura. "Em breve estarei me dirigindo a todos os venezuelanos que apostam na recuperação do país."

Edmundo González Urrutia será o candidato que representará a cartela da Mesa de Unidade Democrática (MUD) nas eleições presidenciais
Edmundo González Urrutia será o candidato que representará a cartela da Mesa de Unidade Democrática (MUD) nas eleições presidenciais - Reprodução

Corina Machado, que no ano passado venceu as primárias da oposição, manifestou na noite de sábado (20) apoio ao diplomata. "Estamos unidos e fortes", disse ela em vídeo publicado nas redes sociais. "Já estamos na cédula e temos um candidato que foi apoiado por todos os partidos políticos e por bons cidadãos".

A candidatura de González, 74, foi definida na sexta (19) pela coalizão Plataforma Democrática Unitária (PUD) por unanimidade, após extensas reuniões e dias de longas discussões. Ele havia sido inscrito de forma provisória pouco antes do fim do prazo para garantir a presença da oposição na cédula, em meio à inabilitação de Corina Machado e à impossibilidade de inscrição no sistema eleitoral de Corina Yoris, então escolhida para substituir a vencedora das primárias.

O apoio de Machado, que participou nas discussões, é essencial: ela é hoje a líder da oposição mais popular depois de vencer as primárias com mais de 90% dos votos. Segundo analistas, ela ainda tem grande potencial para transferir votos aos candidatos que apoia.

A oposição procurou concentrar forças em um único candidato para enfrentar Maduro, que tentará um terceiro mandato consecutivo contra 12 oponentes, a maioria rotulados como colaboradores do governo.

Até sexta, quando foi decidida a união em torno do nome de González, a oposição tinha dois candidatos inscritos: o diplomata, provisoriamente enquanto se definia um nome para substituí-lo, e Manuel Rosales, governador do estado petrolífero de Zulia e rival de Hugo Chávez em 2006.

Em março, Yoris, 80, primeira escolha de Machado e sem experiência na política institucional, viu sua tentativa de se candidatar frustrada ao não conseguir inscrever seu nome na plataforma eleitoral. "Fizemos todas as tentativas de inserir os dados e o sistema está completamente fechado para poder entrar digitalmente", disse ela na ocasião.

A possibilidade de Rosales ser o candidato da oposição diminuiu nos últimos dias. Sua candidatura, registrada de última hora após os bloqueios da plataforma, foi vista por muitos dirigentes como uma traição e um movimento alinhado ao regime de Maduro, algo que ele sempre negou.

Machado insistiu que isso gerava "desconfiança" nele e, sem o seu apoio, as chances de vitória diminuiriam. Rosales e seu partido, Un Nuevo Tiempo (UNT), parte da coalizão, participaram da reunião de sexta e imediatamente retiraram seu nome em favor do diplomata.

O "verdadeiro perigo eleitoral de Maduro é a unidade, não um candidato em particular, portanto o conhecimento ou desconhecimento do ator que representa esta mudança é um problema secundário para a oposição", disse o analista Luis Vicente León, diretor da empresa Datanalisis.

"Temos superado obstáculo após obstáculo. Fizemos isso com a mão de Deus, e é isso que significa ir até o fim", afirmou Corina Machado, que, além da desqualificação, está lidando com a prisão de sete de seus colaboradores, enquanto outros cinco permanecem refugiados na embaixada argentina em Caracas.

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