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Justiça argentina bloqueia bens e quebra sigilo bancário de Alberto Fernández

Peronista é investigado em caso de suposto desvio de verba na contratação de seguros para servidores públicos

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Buenos Aires

A Justiça da Argentina determinou na noite desta terça-feira (9) o bloqueio de bens e a quebra do sigilo bancário do ex-presidente Alberto Fernández. O peronista foi acusado de desvio de verba pública.

O ex-presidente Alberto Fernández durante a posse de seu sucessor, Javier Milei, no Congresso Nacional em Buenos Aires
O ex-presidente Alberto Fernández durante a posse de seu sucessor, Javier Milei, no Congresso Nacional em Buenos Aires - Matias Baglietto - 10.dez.23/Reuters

A decisão do juiz federal Julián Ercolini também inclui ao menos outras 32 pessoas que estão envolvidas no chamado escândalo dos seguros. Fernández foi acusado de desviar verba por meio da contratação irregular de seguros para empregados públicos.

As suspeitas de atuações irregulares com participação do ex-presidente ganharam tração com um decreto de 2021 que obrigava o Estado a assinar contratos com uma empresa, a Nación Seguros, ligada ao marido da secretária particular de Fernández, María Cantero.

Entre os aspectos centrais do processo investigado pela Justiça está não apenas a decisão de vetar a possibilidade de licitações públicas para contratação dos serviços, mas também o fato de que o decreto da época impôs a figura de intermediários, que recebiam comissões milionárias no negócio.

No mais recente documento de declaração de bens de Fernández, ele menciona que possui um patrimônio líquido avaliado em 14 milhões de pesos argentinos, algo em torno de R$ 77 mil.

Na ocasião das acusações, no final de fevereiro, Fernández disse que concordava que a investigação ocorresse para que prove sua inocência. "Não roubei nada nem participei de nenhum esquema, tampouco autorizei um", afirmou ele a uma rádio local. "Estão atingindo pessoas de bem."

No governo de 2019 a 2023, Alberto Fernández foi sucedido pelo economista ultraliberal Javier Milei. Ele não disputou a reeleição. Em seu lugar, concorreu o então "superministro" da Economia Sergio Massa, que perdeu no segundo turno para Milei.

Fernández teve como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, com quem por muitas vezes disputou protagonismo.

Os dois possuíam inúmeras divergências, muitas delas públicas. Uma das principais se referia a como gerir a vultosa dívida que o país sul-americano tem com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Ao se despedir da Casa Rosada, Fernández admitiu o fracasso econômico de seu governo, ainda que também tenha imputado a culpa às medidas de seu antecessor, Mauricio Macri, hoje um dos principais aliados de Milei e peça-chave de sua eleição em 2023.

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