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EUA vão intensificar combate ao tráfico de pessoas na selva de Darién, diz governo Biden

Travessia no Panamá é uma das mais perigosas do mundo; presidente fechou fronteira sul em medida visando a eleições

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São Paulo

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (11) que vai intensificar o combate contra o tráfico de pessoas na selva de Darién, região localizada na fronteira entra a Colômbia e o Panamá e um dos locais mais mortais para imigrantes no mundo.

A selva, que tem 266 quilômetros de extensão, é uma das principais rotas que migrantes de diversas partes do mundo usam para chegar aos EUA —depois da travessia de Darién, muitos passam por toda a América Central e o México para chegar na fronteira sul estadunidense.

Migrantes caminham na selva de Darién, no Panamá, em setembro de 2023 - Luis Acosta - 22.set.23/AFP

Washington disse que uma unidade especializada no combate ao tráfico de pessoas criada em 2021 vai atuar na área. Essa equipe já trabalhou em Honduras, Guatemala, El Salvador e México.

"Com o anúncio de hoje, ampliamos nossos esforços de aplicar a lei em Darién, uma das travessias de migrantes mais perigosas do mundo, e implantando programas de recompensa como os que ajudaram a capturar chefes de cartéis para perseguir os traficantes", disse a vice-procuradora-geral da República dos EUA, Lisa Monaco. "Àqueles que traficam pessoas em Darién, digo o seguinte: o governo dos EUA vai atrás de vocês."

O Departamento de Estado disse ainda que vai oferecer até US$ 8 milhões por qualquer informação que leve à captura de traficantes em Darién —em especial aos líderes do Clã do Golfo, um dos cartéis colombianos que atua na região.

Em 2023, mas de 500 mil pessoas cruzaram a passagem de Darién em direção aos EUA enfrentando perigos como animais selvagens, rios com fortes correntezas, e grupos criminosos que assaltam, estupram e matam migrantes.

De acordo com o governo do Panamá, mais de 150 mil pessoas já passaram por Darién só até maio de 2024 —a maioria venezuelanos, haitianos, equatorianos e colombianos, mas também pessoas de países da África e do resto do Caribe. Estima-se que cerca de 3 milhões de migrantes entrem nos EUA todos os anos.

O presidente eleito do Panamá, José Raúl Mulino, que assume o país no dia 1º de julho, prometeu fechar a travessia e deportar migrantes que entrem no país pela fronteira com a Colômbia, mas descarta a construção de um muro.

O anúncio desta terça vem dias depois que o presidente Joe Biden endureceu as regras de entrada de migrantes pela fronteira com o México, uma medida pensada para atacar uma das vulnerabilidades da sua gestão que vem sendo explorada na campanha eleitoral em curso no país.

O texto promulgado no último dia 4 permite que a fronteira seja fechada para solicitantes de asilo caso a média diária de chegada de imigrantes supere 2.500 em um intervalo de sete dias. O limite é muito inferior à média recente –em abril, por exemplo, foram 4.300 travessias por dia.

A Folha esteve em Darién entre janeiro e fevereiro de 2024 para produzir a série de reportagens "Dárien: a selva da morte", que contou histórias de migrantes que enfrentam as condições extremas da travessia e tratou da relação do Brasil com a região.

Com AFP

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