Descrição de chapéu Coreia do Norte

Após trégua, Coreia do Norte envia 350 balões com lixo ao Sul, diz Seul

Dos infláveis lançados por Pyongyang na noite de segunda, cem chegaram à região da capital, afirma Exército sul-coreano

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São Paulo

Após trégua de duas semanas, a Coreia do Norte voltou a enviar uma nova frota de balões com lixo para o Sul, estratégia que o regime de Kim Jong-un tem adotado desde o final de maio contra o país vizinho.

Pyongyang mandou 350 infláveis na noite de segunda-feira (24), afirmou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano nesta terça (25). Segundo o órgão, cem atingiram a Coreia do Sul, principalmente Seul e a província de Gyeonggi, que contorna a capital.

Balão carregando vários objetos, incluindo o que parecia ser lixo, é visto na Coreia do Sul - Yonhap - 9.jun.2024/via Reuters

De acordo com militares, a maioria dos sacos levavam resíduos de papel e não apresentavam risco à segurança. Carregamentos anteriores, porém, transportavam outros artigos.

Na última segunda, autoridades da Coreia do Sul afirmaram ter encontrado parasitas de fezes humanas em balões de lixo enviados por Pyongyang —até então, Seul dizia que os sacos levavam lixo, panfletos políticos e, em alguns casos, esterco.

Além dos vermes, foi encontrado também DNA humano na terra de algumas das sacolas plásticas, o que indica o provável uso de fertilizante com fezes humanas, segundo a pasta. A análise ainda achou roupas rasgadas que haviam sido doadas por Seul —algumas com estampas de personagens como Mickey Mouse, Ursinho Pooh e Hello Kitty.

A ofensiva da Coreia do Norte começou há quase um mês e, segundo Pyongyang, é uma resposta ao envio de balões com remédio, dinheiro e panfletos políticos que ativistas sul-coreanos fazem regularmente.

As provocações se estenderam ao longo das semanas seguintes —enquanto Pyongyang enviava mais balões, o Sul chegou a ligar alto-falantes na fronteira para transmitir propaganda política.

A consequência mais séria da tensão até agora foi a interrupção de um acordo militar de 2018 que pretendia reduzir as tensões e evitar uma escalada militar entre os dois países. O pacto, porém, já estava debilitado —no ano passado, Seul o suspendeu parcialmente quando a Coreia do Norte colocou um satélite espião em órbita, ao que o regime de Kim Jong-un respondeu com completo rompimento.

Desde as reuniões históricas entre os dois países, há seis anos, a península coreana vive seu momento mais crítico em décadas. Nos últimos meses, o Norte desenvolveu seu arsenal de armas nucleares e declarou que o Sul é seu "principal inimigo", não mais um parceiro para a unificação.

Mais recentemente, a Coreia do Norte começou a construir novas fortificações na fronteira entre os dois países. A infraestrutura parece incluir barreiras anti-tanque e minas terrestres dentro da fortemente armada Zona Desmilitarizada, de acordo com o exército sul-coreano. A presença de militares norte-coreanos no local fez Seul disparar vários tiros de advertência nas últimas semanas.

Esta terça marca os 74 anos desde o início da guerra, quando o exército da Coreia do Norte invadiu o Sul, apoiado pelos EUA. Os combates envolveriam outras 20 nações e ceifaria milhões de vidas, mas só terminou com um armistício, não um tratado de paz, deixando as Coreias em guerra, tecnicamente.

Com AFP e Reuters

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