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Governadora de NY cita inflação e suspende pedágio urbano em Manhattan

Medida com objetivo de desafogar trânsito e obter recursos para transporte público deveria começar no próximo dia 30

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São Paulo

A governadora de Nova York, Kathy Hochul, afirmou nesta quarta-feira (5) ter determinado a suspensão por tempo indeterminado do pedágio urbano para veículos que entram ou permanecem no distrito de Manhattan. A medida, cujo objetivo é desafogar o trânsito e obter recursos para melhorar o transporte público, estava programada para começar no próximo dia 30.

Hochul, do Partido Democrata, disse ter chegado à "difícil decisão" após analisar os impactos da inflação e do alto custo de vida aos nova-iorquinos. "Meu foco deve ser colocar mais dinheiro de volta ao bolso das pessoas", disse. "E é por isso que eu devo me levantar e dizer não à implementação do pedágio neste momento. [...] Orientei [a Autoridade de Transporte Metropolitano] a pausar indefinidamente o programa."

Trânsito na Segunda Avenida, em Nova York
Trânsito na Segunda Avenida, em Nova York - Johannes Eisele - 15.mar.2019/AFP

Embora a taxa de desemprego esteja abaixo de 4% e a renda cresça acima da inflação, a disparada de preços acumulava no mês passado alta de 19,4% durante o governo do presidente Joe Biden.

Chamado localmente de taxa de congestionamento, o sistema do pedágio foi aprovado pelos legisladores locais em 2019 e determinava o pagamento de US$ 15 (R$ 79) ao dia para os veículos que circulassem em Manhattan. Nova York, cujo tráfego é o mais congestionado dos EUA, tornaria-se a primeira grande cidade do país a introduzir uma iniciativa do tipo —a exemplo do que já acontece em Londres.

O pedágio foi primeiro projetado para começar em 2020 e era considerado um plano piloto para implementação em outras cidades americanas. Mas a inação do governo de Donald Trump não possibilitou que o relatório de impactos ambientais, indispensável para a aprovação do projeto, fosse concluído. Com a aprovação do documento pela administração de Joe Biden, o programa avançou.

Segundo dados oficiais, mais de 900 mil veículos entram todos os dias no distrito de Manhattan, o que causa congestionamentos e reduz a velocidade média de deslocamento para 11 quilômetros por hora.

Autoridades haviam dito que o pedágio reduziria o trânsito em 17%, melhoraria a qualidade do ar e aumentaria o uso de ônibus e metrôs, além de gerar bilhões ao ano para melhorias no transporte público.

Como a região é servida pela malha metroviária, o plano foi bem recebido por grande parte da população, especialmente porque o transporte público seria beneficiado com novos equipamentos e a qualidade do ar, considerada uma das piores do país, tenderia a melhorar.

Contudo, motoristas de Nova Jersey, estado vizinho onde moram muitos trabalhadores que tentam fugir do alto custo de vida da ilha de Manhattan, têm reclamado. No ano passado, o governador Phil Murphy tentou influenciar na iniciativa do estado vizinho. "Colocar um fardo financeiro injustificado sobre os trabalhadores de Nova Jersey é errado", disse ele em entrevista ao jornal New York Post.

No mundo, o pedágio urbano já funciona em algumas grandes cidades. Em Londres, a taxa chega a até 15 libras (R$ 101) para os veículos mais poluentes circularem no centro da cidade.

Com Reuters

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