Mais de 5.000 migrantes morreram ao tentar chegar à Espanha pelo mar nos cinco primeiros meses do ano —o equivalente a 33 mortes por dia, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pela ONG espanhola Caminando Fronteras. É um salto em comparação a média de 2023, quando houve 18 mortes por dia.
A entidade disse em nota que essa é a maior média diárias de mortes desde o início da série histórica, em 2007. A Caminando Fronteras atua alertando as autoridades marítimas quando há migrantes em perigo no mar.
A ONG calcula seus dados através de uma análise das rotas migratórias seguidas pelos refugiados que tentam chegar à Espanha partindo de lugares como Senegal, na costa leste africana, e Argélia, na costa mediterrânea.
Mais de 4.800 pessoas, 95% do total de mortes até agora em 2024, morreram ao atravessar o Atlântico na tentativa de alcançar as Ilhas Canárias, detalhou a organização.
"Não podemos normalizar esses números. E não é tão complicado, é simplesmente não deixar as pessoas morrerem nas fronteiras e disponibilizar todos os meios para salvar vidas de pessoas em risco", disse Helena Maleno, fundadora da Caminando Fronteras.
No ano passado, 56.852 pessoas entraram na Espanha de forma irregular, quase o dobro do que em 2022, segundo o Ministério do Interior. O número pode ser superado em 2024, já que até 31 de maio mais de 20.000 imigrantes haviam chegado às costas espanholas, um aumento de 137% em relação ao mesmo período de 2023.
A Espanha é uma das principais portas de entrada da imigração irregular na Europa. A rota migratória atlântica é particularmente perigosa devido às fortes correntes, mas também devido aos barcos geralmente sobrecarregados e incapazes de passar muito tempo em alto mar.
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