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Descendente de imigrantes, Kamala Harris é americana e pode se candidatar à Presidência dos EUA

Post mente ao afirmar que democrata, segundo a Constituição do país, não teria direito de concorrer

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Caroline Hardt
São Paulo

A elegibilidade da atual vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, é questionada em publicações nas redes sociais. Posts sobre a possível escolha da política democrata para substituir Joe Biden na disputa à Casa Branca afirmam erroneamente que ela não pode se candidatar por não ser considerada uma norte-americana nata por ter pai e mãe imigrantes.

Em uma das publicações verificadas pela Folha, a autora diz que membros do Partido Democrata estão se mobilizando para se livrar de Kamala usando como argumento a 12ª emenda da Constituição do país. O post mente ao afirmar que, segundo o texto, Kamala "não pode ser considerada ‘natural born citizen' pois ambos os pais dela são imigrantes, mesmo ela tendo nascido em território americano".

Fotografia mostra a vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris, uma mulher negra com cabelos lisos. A imagem mostra do pescoço dela para cima. É possível ver que Kamala está olhando de lado e usa batom rosa.
Kamala Harris nasceu em Oakland, na Califórnia - Nathan Howard - 22.jul.2024/Reuters

Mas a emenda citada não fala nada sobre isso. Ratificada em 1804, ela simplificou o processo de votação, estabelecendo que o eleitor deveria escolher presidente e vice do mesmo partido.

Uma parte dela foi inserida no artigo 2 da Constituição. Este artigo fala, entre outros pontos, sobre os requisitos para se candidatar no país: "Nenhuma pessoa, exceto um cidadão nato ou um cidadão dos Estados Unidos, no momento da adoção desta Constituição, será elegível para o cargo de presidente. Não será elegível para esse cargo qualquer pessoa que não tenha atingido 35 anos e que não tenha sido residente nos Estados Unidos durante 14 anos".

A 14ª emenda, de 1868, explica quem é considerado norte-americano: "Todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos, e sujeitas à sua jurisdição, são cidadãs dos Estados Unidos e do estado em que residem". Ou seja, diferentemente do post, Kamala, nascida em Oakland, no estado da Califórnia, em 20 de outubro de 1964, pode se candidatar.

Primeira mulher negra a ocupar o posto de vice-presidente dos Estados Unidos, ela é filha de um jamaicano e de uma indiana e é chamada por opositores de bebê-âncora, termo depreciativo usado para classificar crianças nascidas de não cidadãos.

O post verificado aqui lembra um episódio de 2020, quando o então presidente Donald Trump afirmou ter lido que ela não era qualificada para concorrer como vice-presidente na chapa democrata. A hipótese que questionava a elegibilidade de Kamala, também baseada em sua descendência, foi considerada racista.

O republicano, que concorre à Presidência atualmente, também insistiu por anos na falsa teoria de que Barack Obama não havia nascido nos Estados Unidos.

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