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Elon Musk faz doação para comitê que apoia Donald Trump, diz Bloomberg

Contribuição explicita apoio do bilionário e pode desequilibrar balança eleitoral em meio a dificuldades de Biden com doadores

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Boa Vista

O bilionário Elon Musk fez doação a um comitê de arrecadação para a campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, de acordo com a Bloomberg. O site cita pessoas com conhecimento do assunto que pediram anonimato para detalhar os planos do empresário.

Não está claro quanto Musk teria doado, mas a contribuição foi feita a um grupo chamado America PAC e seria polpuda. O PAC, como são chamadas as organizações para arrecadação de fundos com fins de campanha nos EUA, deve publicar sua lista de doadores no próximo dia 15, ainda segundo a Bloomberg.

O empresário Elon Musk, CEO da SpaceX e da Tesla e dono do X, durante conferência em Paris, em 2023
O empresário Elon Musk, CEO da SpaceX e da Tesla e dono do X, durante conferência em Paris, em 2023 - Gonzalo Fuentes - 16.jun.2023/Reuters

A decisão do empresário de doar para a campanha republicana à Casa Branca explicita sua tomada de posição na disputa, até aqui reservada a críticas a democratas e defesa de ideias identificadas com a direita nas redes sociais. Até a noite desta sexta, Musk não havia declarado publicamente apoio a nenhum candidato.

A doação marca também a virada partidária do empresário, que já havia apoiado Joe Biden, Hillary Clinton e Barack Obama. Nos últimos anos, Musk vinha usando o X para instar a Suprema Corte do país a anular processos contra Trump e defender a retórica incendiária do ex-presidente.

"Quanto mais injustos parecerem os ataques a Trump para o público, mais alto ele subirá nas pesquisas", escreveu Musk em maio, no X.

Segundo a Bloomberg, tanto a campanha de Trump, como o America PAC, recusaram-se a comentar.

Entre as organizações que apoiam Trump, o America PAC é o que mais gasta em contatos diretos com eleitores, de acordo com o site. Até agora, foram gastos US$ 15,8 milhões, sendo que US$ 13,1 milhões foram destinados a operações de campo, como mostram registros federais.

O grupo também pagou por mídia digital, mensagens de texto e ligações telefônicas para alcançar os eleitores. O America PAC foca o contato porta a porta com eleitores e esforços para mobilizá-los. Uma decisão recente da Comissão Eleitoral Federal, agência que administra questões eleitorais, permite que PACs coordenem com as campanhas atividades com eleitores, segundo o site.

A doação do bilionário, o homem mais rico do mundo de acordo com o índice da Bloomberg, ocorre na mesma semana em que o presidente Joe Biden patina para se fortalecer como candidato e enfrenta oposição do próprio partido e de doadores.

Alguns dos principais doadores do Partido Democrata, contrariados com a performance de Biden, afirmaram nesta sexta-feira (12) que cerca de US$ 90 milhões (R$ 490 milhões) prometidos para a campanha do presidente ficarão congelados enquanto Biden permanecer candidato.

As contribuições em suspenso incluem quantias na casa dos oito dígitos, de acordo com dois interlocutores, que falaram sob condição de anonimato ao jornal The New York Times. A decisão de reter quantias tão grandes é uma das consequências mais concretas do desempenho fraco de Biden no debate do final de junho, contra Trump.

A doação de Musk acontece ainda poucos dias antes da convenção republicana que vai oficializar Trump como candidato, do dia 15 ao 18, em Milwaukee, no estado de Wisconsin, quando o vice-presidente do candidato também será anunciado —ainda não se sabe o nome escolhido por Trump.

Em maio de 2023, quando ainda não havia começado a disputa das primárias republicanas, Musk participou do lançamento da campanha do então pré-candidato Ron DeSantis, que disputaria com Trump a indicação do partido.

O anúncio foi feito pelo X, à época chamado Twitter, mas já de propriedade do bilionário. A transmissão foi recheada de falhas técnicas, o que fez do governador da Flórida alvo de piadas. Ele desistiu da disputa nas primárias em janeiro deste ano e declarou apoio a Trump.

Nos últimos meses, a virada de cor do Vale do Silício tem marcado a campanha. Considerada majoritariamente democrata, a região tecnológica tem visto líderes atraídos para o lado republicano e se comprometido com a arrecadação de fundos a Trump.

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