Descrição de chapéu Eleições na Venezuela

Peru reconhece líder opositor na Venezuela como vencedor legítimo das eleições

País andino é 1º a chamar Edmundo González de presidente eleito; líderes da Argentina e do Uruguai acusam pleito de manipulação

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Lima | AFP

O governo do Peru reconheceu nesta terça-feira (30) o oposicionista Edmundo González como presidente eleito da Venezuela.

O chanceler peruano, Javier González-Olaechea, disse que as eleições presidenciais no país foram uma fraude e acusou o atual líder venezuelano, Nicolás Maduro, de ser "uma pessoa que deseja, por via de uma ditadura, se perpetuar no poder".

Na foto, um homem de terno e pouco cabelo está atrás de uma placa que identifica seu país de origem como Peru
Chanceler peruano Javier González-Olaechea reconheceu vitória da oposição nas eleições presidenciais na Venezuela - URS FLUEELER/via REUTERS

Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano na madrugada de segunda (29). Então, o órgão afirmou que, com 80% das urnas apuradas, o ditador teria obtido 51,2% votos, conta 44,2% de González —diferença que tornaria a reeleição do atual líder irreversível.

Mas a oposição contesta o resultado, acusando o CNE de ser controlado por partidários de Maduro e dizendo ter atas eleitorais suficientes para mostrar que seu candidato é o vencedor. Outros levantamentos independentes, feitos com base em amostragens, também apontam a vitória de González.

Ainda na segunda, o regime venezuelano expulsou diplomatas da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai depois que esses países divulgaram um comunicado conjunto exigindo maior transparência de Caracas.

Dirigentes de algumas dessas nações, como os presidentes da Argentina, Javier Milei, e do Uruguai, Luis Lacalle Pou, ainda acusaram o governo Maduro de ter manipulado os resultados.

O Peru já havia chamado seu embaixador de volta no domingo. Em paralelo, exigiu que diplomatas venezuelanos deixassem o país andino "dentro de 72 horas" devido às ações "arbitrárias tomadas hoje pelo regime venezuelano".

Na contramão, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que as nações estão interferindo no processo eleitoral venezuelano. "Por que eles têm que se meter em assuntos de outros países, por que a intromissão?", perguntou AMLO, como o líder é conhecido, em sua entrevista coletiva matinal.

Sua sucessora, a presidente eleita Claudia Sheinbaum, foi mais cautelosa, e disse que é preciso transparência no resultado "para que não haja espaço para a confusão". Ambos pediram que se aguarde a divulgação dos números finais do pleito.

Ainda nesta terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou pela primeira vez sobre as eleições. Segundo ele, "não tem nada de anormal" na divergência entre Maduro e a oposição sobre o resultado.

A declaração se dá após dias de atos a favor da oposição na Venezuela. Segundo a ONG Foro Penal, ao menos 11 manifestantes morreram em confronto com as forças de segurança, dois deles menores de idade.

Pela manhã, foi detido Freddy Superlano, presidente do partido VP (Vontade Popular), ligado ao líder oposicionista Juan Guaidó.

O ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino López, afirmou que há uma tentativa de golpe de Estado em curso e atribuiu-a a "interesses do imperialismo" americano. Enquanto isso, o presidente do Legislativo do país, Jorge Rodríguez, pediu a prisão de Edmundo González e da líder opositora María Corina Machado, proibida de concorrer.

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