O suspeito de ter atirado contra o ex-presidente americano Donald Trump agiu sozinho, disseram agentes do FBI, polícia federal americana, neste domingo (14), um dia depois do atentado.
Os investigadores também informaram que não há qualquer indicativo de que o agressor em questão, Thomas Matthew Crooks, 20, tenha distúrbios mentais, e confirmaram que ele usou um fuzil AR-15 semiautomático comprado legalmente no atentado.
Os agentes ainda disseram a repórteres que a investigação está num estágio inicial e que ainda não foi possível dizer se a motivação do crime está relacionada a uma ideologia específica. Uma das prioridades da investigação é determinar isso, acrescentaram.
O FBI apontou Crooks como o responsável por um disparo contra Trump no momento em que ele discursava para apoiadores num comício eleitoral em Butler, no estado da Pensilvânia. O ex-presidente foi ferido na orelha, mas foi retirado do palco e passa bem. Um participante do comício morreu, no entanto, e outros dois ficaram gravemente feridos.
Uma pessoa com conhecimento das investigações disse ao jornal The New York Times que o fuzil semiautomático encontrado ao lado do corpo de Crooks —que foi morto por agentes de segurança pouco depois de disparar— foi comprado por um familiar, provavelmente por seu pai.
No momento em que atirou, o jovem usava uma camiseta com os dizeres "Demolition Ranch". O Demolition Ranch é um dos canais mais populares sobre armas no YouTube e conta atualmente com mais de 11 milhões de inscritos.
Antes do anúncio do FBI, a imprensa americana havia anunciado que Crooks tinha explosivos em seu carro. Por isso, investigadores acreditam que o suspeito pode ter planejado novos ataques depois dos disparos contra Trump.
Segundo outro veículo, o The Wall Street Journal, o automóvel do suspeito estava estacionado nas proximidades do local do comício. A polícia ainda recebeu vários relatos de pacotes suspeitos perto de onde o atirador estava, disseram autoridades ao jornal, o que os levou a enviar técnicos em bombas.
Os investigadores trabalharam até tarde da noite de sábado (13) para garantir que a cena estava segura. Eles também vasculharam a residência de Crooks e conversaram com sua família.
Na casa, foram encontrados materiais para fabricação de bombas, disseram dois policiais à agência de notícias Associated Press sob condição de anonimato.
Crooks era de Bethel Park, Pensilvânia. A cidade fica a 16 km de Pittsburgh, segunda cidade mais populosa do estado, atrás apenas da Filadélfia.
Ele se formou no ensino médio em 2022. Na ocasião, recebeu um prêmio de US$ 500 (cerca de R$ 2.700 hoje) da Iniciativa Nacional pela Matemática e pela Ciência, de acordo com o jornal local Pittsburgh Tribune-Review. Há dois meses, ele tinha se formado em engenharia na faculdade comunitária do condado de Allegheny.
O pai do suspeito, Matthew Crooks, 53, disse à CNN que estava tentando entender o que aconteceu e esperaria até prestar depoimento antes de falar publicamente sobre seu filho.
As eleições deste ano teriam representado a primeira vez em que o jovem teria idade suficiente para votar em um pleito presidencial.
Registros eleitorais mostram que ele era afiliado ao Partido Republicano. Quando tinha 17 anos, porém, ele fez uma doação de US$ 15 (R$ 81, no câmbio atual) para a organização ActBlue, que arrecada dinheiro para políticos de esquerda e democratas.
A doação foi destinada ao Progressive Turnout Project, grupo que busca convencer pessoas identificadas com a esquerda a ir às urnas. Nem o ActBlue, nem o Progressive Turnout Project responderam a um pedido de comentário feito pela agência Reuters.
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