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Uruguai escolhe candidatos à Presidência, com esquerda à frente nas pesquisas

Yamandú Orsi, apoiado por Mujica, vence primária contra prefeita de Montevidéu; ex-secretário do presidente direitista Lacalle Pou será o concorrente governista

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Montevidéu | Reuters

Os uruguaios escolheram no domingo (30) os concorrentes presidenciais que disputarão as eleições de outubro, à medida que as pesquisas de opinião mostram a oposição de esquerda avançando com eleitores preocupados com a segurança pública e a crescente desigualdade.

Nas primárias da Frente Ampla, Yamandú Orsi, que governou o departamento (estado) de Canelones, segundo mais populoso do Uruguai (atrás apenas do de Montevidéu), superou a concorrente Carolina Cosse, prefeita de Montevidéu, por 59,5% a 37,5%. Ele conta com o apoio do ex-presidente José "Pepe" Mujica.

Orsi, portanto, tem mais vínculos com o interior do país, onde predomina o governista Partido Nacional (direita), do presidente Luis Lacalle Pou, 50.

Um homem sorridente está depositando um envelope em uma urna de votação de madeira. Ele veste uma jaqueta preta e uma camisa azul. Ao fundo, várias pessoas observam a cena, algumas tirando fotos e outras conversando. Uma pessoa está usando um gorro vermelho e outra está com um casaco bege.
Yamandú Orsi, pré-candidato à Presidência do Uruguai pelo bloco esquerdista Frente Ampla, vota em seção eleitoral durante as primárias em Montevidéu - Mauricio Zina - 30.jun.24/Adhoc/AFP

Do lado governista, o ex-deputado, ex-senador e ex-secretário da Presidência Alvaro Delgado, 55, recebeu 74,5% dos votos e venceu a economista Laura Raffo, 50, que obteve 19,3%.

Quem vencer nas eleições gerais marcadas para 27 de outubro, ou mais provavelmente em um segundo turno, em 19 de novembro, terá como desafios reduzir as taxas de homicídio, em alta, e manter o desempenho da economia, que deve crescer quase 4% neste ano.

Lacalle Pou não pode se candidatar porque o Uruguai não permite reeleição consecutiva, sendo necessário esperar um mandato de cinco anos para tentar voltar à Presidência.

Um homem de meia-idade, vestindo um terno azul e camisa branca, está sorrindo enquanto é cercado por repórteres e câmeras de imprensa. Um dos repórteres segura um celular próximo ao rosto, e há vários microfones direcionados a ele. Ao fundo, é possível ver outras pessoas e equipamentos de filmagem.
O pré-candidato presidencial do Uruguai pelo partido governista Nacional, Alvaro Delgado, falando a membros da mídia na sede de sua campanha após as eleições primárias em Montevidéu - Mauricio Zina - 30.jun.24/Adhoc/AFP

Segundo pesquisa do instituto Cifra realizada em maio, a Frente Ampla teria 47% de apoio no pleito presidencial, cerca de 15 pontos à frente do Partido Nacional. Aproximadamente 10% estavam indecisos, sugerindo que a disputa vá ser acirrada.

Lacalle Pou tem lutado para cumprir a promessa de combater o tráfico de drogas, que tem se expandido no país e ameaçado a reputação do Uruguai como um exemplo de estabilidade e de segurança na região.

O presidente continua popular, mas seu gabinete foi abalado por acusações de espionagem política e de corrupção. Ele pôs a fim a 15 anos de governos da Frente Ampla, ao articular uma "coalizão multicolor", incluindo o Partido Colorado, de centro. Escolhido para tentar suceder a Lacalle Pou, Delgado se apresentou como candidato da continuidade.

Para analistas, a experiência de Orsi e o apoio público de Mujica, um ícone da esquerda latino-americana, indicam que ele estaria mais bem posicionado para vencer a eleição. "O Uruguai hoje é um país inseguro e desigual", disse Orsi à Reuters antes da votação primária, prometendo "uma esquerda moderna" que reduzirá a "pobreza e miséria".

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