Descrição de chapéu China Estados Unidos

Xi reafirma a assessor de Biden que deseja relação estável com EUA

Durante encontro com Jake Sullivan, dirigente chinês diz que Washington e Pequim precisam de solidariedade, 'não de exclusão ou retrocesso'

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Pequim | Reuters

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, encontrou-se com o dirigente chinês Xi Jinping em Pequim, nesta quinta-feira (29), encerrando três dias de conversas com o objetivo de amenizar as tensões entre as duas potências antes das eleições americanas em novembro.

Enquanto a dupla se sentava no Grande Salão do Povo, Xi disse a Sullivan que Pequim tinha o compromisso de uma relação estável com Washington. "Neste mundo em constante mudança e turbulência, os países precisam de solidariedade e coordenação", disse o líder, "não de exclusão ou retrocesso".

A imagem mostra duas pessoas em um ambiente formal, apertando as mãos. À esquerda, um homem de cabelo curto e liso, vestindo um terno escuro com uma gravata vermelha. À direita, um homem com cabelo curto e grisalho, usando um terno azul escuro e uma gravata vermelha. O fundo é decorado com detalhes em dourado e há uma mesa ao fundo.
O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, aperta a mão do presidente da China, Xi Jinping, durante reunião em Pequim - Trevor Hunnicutt/AFP

Sullivan disse a Xi que o presidente dos EUA, Joe Biden, está determinado a evitar conflitos e "aguarda ansiosamente por interagir nas próximas semanas".

A Casa Branca afirmou, após a reunião, que os dois lados estavam planejando um telefonema entre Xi e Biden em breve. Há ainda relatos de que o americano estaria estudando uma viagem à China antes de encerrar a vida política.

Sullivan declarou ter abordado uma série de questões que põem em risco os laços com Pequim. Entre elas, a tensão sobre Taiwan; as disputas entre vizinhos no Mar do Sul da China; a Rússia e as demandas dos EUA por mais ajuda chinesa para conter o fluxo de matéria-prima para o fentanil, principal causa de overdoses no país. Houve "intensa troca de ideias", mas sem consenso, disse o conselheiro. "Nós não discutimos sobre a eleição americana", acrescentou.

O assessor de Biden se encontrou com o principal conselheiro militar de Xi, e os dois lados concordaram que líderes do Comando Indo-Pacífico dos EUA em breve falarão por telefone com seus pares de chefia das operações do sul da China.

Antes de se encontrar com Xi, Sullivan esteve com Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central, e conversou com o chefe da diplomacia, Wang Yi, na terça e quarta-feira.

Com Zhang, Sullivan pressionou por comunicação aprimorada no trabalho entre os militares dos países. "Seu pedido para ter esta reunião comigo demonstra o valor que o governo dos EUA atribui à segurança militar e ao nosso relacionamento nessa área", afirmou o representante chinês.

O americano destacou a responsabilidade de EUA e China de evitar conflitos. A Casa Branca mencionou preocupações sobre o apoio da China à defesa da Rússia, Taiwan e o Mar do Sul da China.

Acredita-se que Zhang seja próximo de Xi e tenha sobrevivido a turbulências nos escalões militares da China. Diplomatas ocidentais e asiáticos dizem que ele é mais poderoso do que o ministro da Defesa, Dong Jun.

DISCUSSÕES CONSTRUTIVAS

Na reunião de quarta-feira, Wang e Sullivan discutiram possíveis conversas entre Biden e Xi, visões contrastantes sobre conflitos no Oriente Médio e Ucrânia, reivindicações territoriais chinesas de Taiwan ao Mar do Sul da China e comércio.

"A chave para o desenvolvimento suave da interação China-EUA está em tratar um ao outro como iguais", disse Wang a Sullivan, de acordo com a emissora estatal CCTV.

A Casa Branca declarou que os dois tiveram "discussões francas, substanciais e construtivas".

Nos últimos meses de seu mandato antes das eleições de 5 de novembro, Biden tem buscado a diplomacia direta para influenciar Xi e manter as tensões sob controle. A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, candidata democrata, provavelmente seguiria uma estratégia semelhante.

No entanto, muitos analistas alinhados com o ex-presidente e candidato republicano Donald Trump veem essa abordagem como muito branda diante da política externa cada vez mais assertiva de Pequim.

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