Melhor italiano de SP, Shihoma serve receitas dessa cozinha com toque asiático

Endereço, vencedor pela segunda vez de acordo com o júri especializado da Folha, fica na Vila Madalena

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Prato branco em cima de mesa de madeira é visto de cima; dentro dele, há raviólis recheados de muçarela de búfala
Ravióli recheado de ricota e muçarela de búfala do Shihoma - Keiny Andrade/Folhapress
São Paulo

restaurantes que nos oferecem uma boa surpresa logo quando chegamos ao lugar. A elegância da decoração pode influenciar a experiência de sair para almoçar ou jantar.

Esse aspecto parece longe de encabeçar a lista de prioridades do Shihoma, na Vila Madalena. Não que haja excesso ou desleixo —prevalece o estilo básico, com mesas e cadeiras de madeira, paredes de tijolo à vista na área interna e paredes pretas na varanda.

A decoração ocupa um papel secundário, como se o restaurante nos avisasse: "Esqueça tudo ao redor e concentre-se na comida".

Como os pratos não são fartos, convém prestar atenção nas entradas. O crudo di pesce (R$ 58) demonstra que o que interessa está, de fato, à mesa. São pequenos pedaços de olho-de-cão (peixe de mar) curado no próprio restaurante com tiras de pepino, dashi (um caldo de algas), pistache e hortelã.

Queridinho na gastronomia paulistana, o pistache volta numa das opções mais surpreendentes entre os pratos principais, o espaguete ao burro e alice (R$ 64). Por meio de uma técnica japonesa chamada temomi, a massa fresca com ovos é amassada de tal modo que ganha ondulações. A pasta poderia ser mais do mesmo, mas as farinhas ultrafinas e o uso eficiente de uma técnica incomum neste contexto resultam em uma nova textura e em um sabor inusitado.

O Shihoma é o território da leveza, o que fica evidente no agnolotti di agnello, recheado com cordeiro braseado no vinho branco (R$ 90). É uma pasta servida com manteiga, redução de caldo de cordeiro e nirá (espécie de cebolinha asiática). Não se trata de um restaurante nipo-italiano ou algo assim. O Shihoma é uma casa de cozinha italiana. Ponto. Mas os toques asiáticos —em técnicas, como o temomi, e ingredientes, caso do nirá— enriquecem pratos que já estão no panteão da gastronomia europeia.

Dos três jovens sócios, aliás, dois têm ascendência asiática: Marcio Shihomatsu está ligado à tradição japonesa, e Joey Lim, coreana. Bia Freitas completa a trinca.

SHIHOMA
R. Medeiros de Albuquerque, 431, Vila Madalena, região oeste, tel. (11) 3819-2333, @pastashihoma

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