Tan Tan é eleito o melhor bar de São Paulo pelo júri da Folha

Casa de Thiago Bañares tem carta com elementos bem brasileiros, como cambuci e cumaru

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Mr. Igarashi, drinque com sochu, vodca, vermute, licor de flor de sabugueiro e caju, do Tan Tan
Mr. Igarashi, drinque com sochu, vodca, vermute, licor de flor de sabugueiro e caju, do Tan Tan - Keiny Andrade/Folhapress
São Paulo

A Folha gosta de ser do contra, mas tudo tem limite. Como não eleger o Tan Tan o melhor de São Paulo se o bar é um dos dois brasileiros na prestigiosa lista do 50 Best, na 56ª colocação, duas à frente do SubAstor?

Dá para defender que chancela internacional não garante nada, só que a casa fundada por Thiago Bañares tem virtudes que merecem a visita —nem que seja uma única vez, já que o custo para passear pela carta, pensada com elementos bem brasileiros, como cambuci, cumaru e mel de cacau, é alto.

Assim, vale pedir opções autorais do Tan Tan, sem perder tempo com clássicos que podem ser encontrados em qualquer lugar. "Fui a um dos cem melhores bares do mundo e bebi gim-tônica." Não, né? Mas acontece, conta o barman, que conversa e explica os drinques com entusiasmo mas sem afetação.

O atendimento, aliás, é um dos pontos altos, desde a chegada. Aos finais de semana, sem reserva, a espera pode chegar a duas horas, e os garçons mantêm a paciência em níveis civilizados ao entregar os pedidos da fila com rapidez —o curupira, drinque refrescante com gelo longilíneo e caramelo que pode ser mergulhado na bebida, é ostentado por vários clientes em frente ao Tan Tan.

Dentro, em meio a uma arquitetura minimalista e elegante, de iluminação que faz as pessoas até parecerem mais bonitas, o destaque são os balcões, um virado para a cozinha e o outro para o bar, para acompanhar o preparo de pratos e drinques. O cavagna, por exemplo, é uma atração visual numa de suas versões: a taça chega ao balcão com uma montanha de raspadinha de gelo, que logo murchará com o Fernet despejado ali.

Outras alternativas são igualmente atrativas aos olhos e ao paladar. O ilha do medo, com cachaça de amburana, leva telha de cacau, algo surpreendente e bonito. O ortiz, que tem tequila na base do drinque, traz um pirulito de acerola repousando sobre o copo. São detalhes que marcam a experiência.

Ficar em frente à cozinha lembra que o Tan Tan nasceu como restaurante de noodles, no mesmo endereço. Com o sucesso, cresceu e passou a ser sobretudo um bar. Se antes era o lugar em que chefs encerravam o expediente, hoje o público é majoritariamente formado por jovens de classe alta, na toada da vila-olimpização pela qual passou o bairro de Pinheiros.

Listas de melhores —de livros a carros, de investimentos a filmes— costumam errar nas avaliações, mas a inclusão do bar paulistano mostra que a cidade sabe servir bem e arrebatar quando quer. E o Tan Tan quer.

TAN TAN
R. Fradique Coutinho, 153, Pinheiros, região oeste, tel. (11) 2373-3587, @tantannb

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