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Romeu Zema

Brumadinho: ações atuais e para o futuro

Esforço conjunto ajudará Minas a superar tragédia

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, em evento na Cidade Administrativa - Gil Leonardi - 21.jan.19/Agência Minas
 

Dia 2 de março de 2019. Sábado de Carnaval. Naquele momento, 116 dos nossos honrados bombeiros militares de Minas Gerais mantinham o ritmo de buscas em dezenas de frentes de trabalho montadas em Brumadinho, na maior operação de busca e salvamento já realizada no Brasil. Agora, quando completamos dois meses do desastre, as atividades continuam intensas e na mesma dinâmica. 

Como registrado em texto assinado pelo tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, publicado na Agência Minas, nestes dois meses após o rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, quase 2.000 bombeiros militares já passaram pelo local.

E, para dar início à maior operação interagências já realizada no país, de imediato, instituí o gabinete de crise para organizar a atuação orquestrada na região atingida com mais de 55 órgãos públicos. Do governo de Minas são 25 instituições. 

Os bombeiros mineiros contaram com o apoio de colegas de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe e Rio Grande do Sul, além da Força Nacional, Forças Armadas e do Exército de Israel. A todos, em nome de Minas Gerais, agradeço por estarem conosco em hora tão difícil. 

Segundo atualização da Defesa Civil mineira, órgão diretamente vinculado ao gabinete do governador, já tinham sido registradas mais de 200 mortes e ainda há aproximadamente uma centena de pessoas desaparecidas. Temos consciência de que nada do que for feito será suficiente para suprir a perda de vidas. 

Mas cabe a nós, representantes do poder público mineiro, zelar pelas condições de apuração exemplar das responsabilidades sobre o rompimento e trabalhar para que haja punição severa aos responsáveis. 

O Estado, por meio da Advocacia- Geral, agiu rápido desde o primeiro dia e conseguiu o bloqueio bilionário de recursos da Vale para assegurar que as famílias afetadas sejam amparadas e que os custos do governo estadual, que passa por profunda crise financeira, sejam ressarcidos.

Porém, estamos falando de perdas de mais de duas centenas de vidas. Esse fato nunca poderá ser reparado ou ressarcido. Por isso, nossa total atenção aos familiares das vítimas. Equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social estão atuando em Brumadinho desde as primeiras horas após o rompimento, assim como a nossa Secretaria de Agropecuária tem acompanhado a população rural que vive à margem de áreas atingidas pelo rejeito.

Para identificar as vítimas, os policiais civis mineiros também atuam intensamente na operação. Temos 88 médicos legistas que trabalham no reconhecimento dos corpos. Eles aplicam conhecimentos de ponta, como verificação de DNA, assimilados na Academia de Polícia Civil (Acadepol). Fizemos parceria com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais para haver um cartório no Instituto Médico Legal (IML) e agilizar a liberação da identificação das vítimas.

Na esfera investigativa, a Polícia Civil tem trabalhado de forma conjunta com o Ministério Público. Na Delegacia de Meio Ambiente transcorre a investigação das causas do rompimento, e o nosso compromisso público é que as responsabilidades sejam atribuídas exemplarmente, a começar pelas prisões já expedidas. 

Na esfera ambiental, serão desativadas todas as barragens construídas a montante em Minas. De forma ágil e em consonância com os anseios da sociedade organizada, sancionamos na íntegra o projeto de lei vindo da Assembleia Legislativa e que vai trazer mais segurança. 

Com o olhar para o futuro, continuamos agindo no presente e buscando respostas para o fato ocorrido há dois meses e que causou o maior número de vítimas de desastre em Minas. A operação não possui previsão de término.

Temos uma imprevisibilidade sobre o encerramento, mas um fato já é taxativo: a prioridade para ações governamentais coordenadas, sérias e rígidas para impedir que novos desastres, como de Mariana e de Brumadinho, ocorram. 

E vejo na garra e eficiência dos que atuam na operação o exemplo para resolvermos nossos problemas. Com todos trabalhando em harmonia para uma mesma causa: restaurar Minas Gerais. Das tragédias ambientais e da falência financeira, que, infelizmente, também nos assola.

Romeu Zema

Governador de Minas Gerais (Novo)

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