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Cinco vezes Bibi

Binyamin Netanyahu deve se tornar o premiê mais duradouro da história de Israel

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Binyamin Netanyahu, em Tel Aviv; o premiê deve assegurar quarto mandato consecutivo
Binyamin Netanyahu, em Tel Aviv; o premiê deve assegurar quarto mandato consecutivo - Thomas Coex/AFP

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, saiu-se vitorioso nas eleições gerais realizadas na terça-feira (9), pleito que acabou se convertendo numa espécie de plebiscito sobre suas mais de duas décadas de vida pública.

Seu partido, o direitista Likud, deve conquistar 35 das 120 cadeiras do Parlamento, conforme as projeções. Trata-se do mesmo número estimado para a legenda centrista Azul e Branco.

Netanyahu, no entanto, poderá costurar uma coalizão com agremiações religiosas e de ultradireita, assegurando para si o quarto mandato consecutivo desde 2009 —ele também havia ocupado o posto de 1996 a 1999.

Com isso, Bibi, como é conhecido, deverá se tornar o primeiro-ministro mais duradouro da história de Israel, superando David Ben-Gurion (1886-1973), um dos patriarcas da independência do país, que governou por 13 anos.

O caminho de Netanyahu para a vitória não foi fácil. Pesquisas de opinião chegaram a dá-lo como vencido, e a sombra de acusações de corrupção o acompanhou durante toda a campanha.

Para superar o cenário adverso, o premiê apostou numa campanha de apelo nacionalista e num discurso pró-segurança. Intensificou ainda a agenda internacional, a fim de se projetar como estadista influente, em viagens aos EUA e à Rússia e na recepção em seu país a Jair Bolsonaro (PSL).

A vitória de Netanyahu, a propósito, representa boa notícia para o presidente brasileiro, que garante pelos próximos anos um importante aliado no Oriente Médio.

O triunfo de Bibi consolida a virada à direita de Israel, acentuada em seu último governo. Nos últimos anos, adotaram-se políticas liberais na economia e uma postura linha-dura contra os palestinos, instigando uma maior divisão entre árabes e judeus.

A discussão sobre as negociações de paz com os palestinos, aliás, foi a ausência mais notável da campanha, dado que o assunto sempre figurou, nos pleitos anteriores, entre os temas mais candentes.

Netanyahu, em realidade, apontou na direção contrária. Em uma de suas últimas promessas, afirmou que, se eleito, anexaria os assentamentos judaicos na Cisjordânia —o que inviabilizaria a criação de um Estado árabe.

Ao cumprimentar o israelense pela vitória, o presidente americano Donald Trump afirmou que ela aumenta as chances de alcançar a paz no Oriente Médio. Entretanto, o histórico do premiê e sua aliança com grupos radicais tornam esse cenário pouco plausível.

editoriais@grupofolha.com.br

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado, o primeiro mandato de Binyamin Netanyahu se deu de 1996 a 1999, e não de 1993 a 1996.

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