Partido rival reconhece vitória de Netanyahu em eleições de Israel

Há 13 anos no cargo, premiê caminha para seu quinto mandato

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O premiê Binyamin Netanyahu sorri durante discurso na sede de seu partido, em Tel Aviv - Thomas Coex/AFP
Jerusalém | Reuters e AFP

​O partido Azul e Branco, principal opositor do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, reconheceu a vitória do partido governista Likud nas eleições gerais realizadas nesta terça-feira (9).

"Nós não vencemos esta rodada. Na oposição, faremos a vida do Likud um inferno", disse Yair Lapid, número 2 do partido centrista Azul e Branco, liderado por Benny Gantz, em discurso transmitido pela TV nesta quarta-feira (10).

Netanyahu continuará no poder graças ao apoio de partidos de direita, pois tanto o Likud quanto o Azul e Branco devem conquistar o mesmo número de assentos (35) no Parlamento, segundo projeções. 

Com 97% dos votos apurados, os resultados indicam que o Likud e um grupo de partidos aliados da direita, reunidos em uma coalizão, terão 65 cadeiras do total de 120 do Parlamento, o suficiente para consolidar a maioria e formar o novo governo. O resultado final deve demorar alguns dias para ser divulgado. 

Netanyahu, 69, deverá se tornar, ao final do ano, o primeiro-ministro com mais tempo no poder na história do Estado de Israel, superando David Ben-Gurion (1886-1973). O premiê acumula 13 anos no cargo e segue rumo ao quinto mandato.

O presidente dos EUA, Donald Trump, parabenizou o premiê pela vitória, a quem chamou de amigo e "aliado formidável".

"Agora que Bibi [apelido do premiê] ganhou, acho que veremos boas coisas em relação à paz", disse Trump, evocando o plano de paz, no qual seu governo trabalha desde sua chegada ao poder e cujo conteúdo continua secreto.

"Todo mundo disse que não pode haver paz no Oriente Médio entre Israel e os palestinos. Acho que temos uma oportunidade e, agora, temos uma oportunidade melhor", completou.

Trump apoiou Netanyahu energicamente, incluindo o reconhecimento americano da soberania israelense sobre as colinas de Golã. A região foi tomada por Tel Aviv da Síria em 1967, e anexada em 1981.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, expressou na terça-feira seu desejo de que essas eleições tragam a paz e disse estar preparado para retomar as negociações se o direito internacional for respeitado. Mas, diante dos resultados, o negociador palestino Saeb Erekat disse que os israelenses disseram nas urnas "não à paz".

"Os israelenses votaram para manter o statu quo. Disseram 'não' à paz e 'sim' à ocupação", avaliou Saeb Erekat em comunicado.

Netanyahu é alvo de investigações. Em fevereiro, o procurador-geral anunciou a intenção de denunciá-lo formalmente por corrupção, fraude e quebra de confiança.

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