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Atenção ao pedestre

Pesquisa mostra pico de movimento às 12h em SP, com 52% de deslocamentos a pé

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Pedestres atravessam a rua Xavier de Toledo, no centro de São Paulo - Eduardo Knapp/Folhapress

A cena tornou-se comum em locais de São Paulo com concentração de arranha-céus comerciais, como as avenidas Faria Lima e Berrini: por volta do meio-dia, milhares de pessoas descem à rua para almoçar. Muitos vão ao banco, à escola dos filhos ou tratar de outros compromissos e problemas do cotidiano.

Não é um fenômeno localizado, porém. A pesquisa Origem e Destino, realizada pelo Metrô paulistano de dez em dez anos, captou também a dimensão estatisticamente relevante desse fluxo —um novo pico de deslocamento na região metropolitana.

Nada menos que 5,2 milhões de pessoas iniciam viagens entre as 12h e as 13h. Se isso não chega a causar os maiores congestionamentos do dia, é porque as movimentações são de curta duração e em grande número feitas a pé.

O troféu dos engarrafamentos ainda permanece com o horário das 7h. Como muitas das viagens em curso nesse momento começaram bem antes, os cidadãos em trânsito geram cifras ainda mais espantosas —6,9 milhões de pessoas transitando ao mesmo tempo.

De toda maneira, o novo pico das 12h merece entrar no foco do poder público. Uma das razões é a predominância de pedestres. Se ao longo do dia os deslocamentos a pé perfazem 32% do total, na hora do almoço eles somam 52%.

Não raro essa grande concentração de gente a andar extravasa a superfície da calçada, que se torna pequena para acomodar a todos. As pessoas passam a descer para o leito carroçável da via, com o que se expõem a risco maior de atropelamento e contribuem para conturbar o trânsito de veículos.

Parece evidente que, onde houver gargalos, o poder público deve considerar a ampliação dos passeios e a melhoria dos pisos. Medidas para acalmar ou restringir o tráfego de automóveis também podem impor-se como soluções locais.

Outra providência possível seria aumentar o tempo de travessia nas faixas com semáforos para pedestres. Quem anda a pé pela cidade já teve a experiência de precisar correr para completar o percurso até o lado oposto, tão exíguos são os intervalos reservados para os bípedes atravessarem a pista.

A solução mais racional, todos sabem, são transportes coletivos, mas há que ter em mente que eles aumentarão os deslocamentos a pé nas imediações dos pontos de partida e chegada. Chega a hora de dar mais atenção à segurança e à mobilidade dos pedestres.

editoriais@grupofolha.com.br

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