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Quem é quem

No Datafolha, Moro lidera em confiança; Lula é forte no NE e Huck pontua bem

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O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sergio Moro, em cerimônia no Planalto - Adriano Machado - 18.dez.19/Reuters

Ainda que seja por demais prematuro especular sobre a sucessão presidencial de 2022, a pesquisa Datafolha sobre a confiança depositada pelos brasileiros em lideranças e potenciais candidatos fornece informações valiosas acerca do novo cenário político nacional.

Decorrido um ano do governo Jair Bolsonaro, o descrédito de nomes tradicionais do quadro partidário permanece. Apenas 11% dos aptos a votar atribuem notas elevadas a Ciro Gomes (PDT), velho conhecido de disputas pelo Palácio do Planalto, assim como Marina Silva (Rede), que marca 9%.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) obtém 10%. Ainda mais fraca é a credibilidade do governador de São Paulo, João Doria, que em tese está à frente da renovação tucana —não mais de 7% dos entrevistados conferiram a ele índices de confiança 9 e 10, os maiores da escala iniciada em 0.

Caso à parte entre os líderes estabelecidos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém o reconhecimento de 30% dos eleitores, graças, em especial, à sua influência no Nordeste, onde recebe 49%.

Ofuscam tais números, entretanto, as incertezas jurídicas em torno do ex-presidente, condenado sob acusação de corrupção, no momento inelegível e ainda alvo de mais processos —some-se a isso a escassez de outros líderes de projeção nacional no partido.

Entre os emergentes, o apresentador de TV Luciano Huck pontua bem, com 21% no país, 28% no Nordeste e nota média de 5,1 (a de Lula é 5). Se vier a ser candidato, não soa improvável que faça acenos à centro-esquerda, para se contrapor a Bolsonaro e disputar os lulistas.

No governismo desponta o ministro Sergio Moro, da Justiça, que conta com a elevada confiança de 33% dos pesquisados, bem superior aos 22% do próprio presidente.

Se parecem claras as ambições políticas do ex-juiz da Lava Jato, uma hipotética candidatura presidencial em 2022 teria de passar por um complexo rompimento com o Planalto. Não é fortuito, portanto, que Bolsonaro já tenha citado Moro como um possível vice na chapa para a tentativa de reeleição.

editoriais@grupofolha.com.br

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