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Na crise, notícias

É auspicioso que imprensa seja maior fonte sobre pandemia, segundo Datafolha

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Jornalistas acompanham votação virtual no Senado - Pedro Ladeira/Folhapress

Neste momento de crise e incerteza, em que fake news induzem a atitudes equivocadas e perigosas, é boa notícia que os veículos da imprensa profissional sejam avaliados pela população como os mais confiáveis na divulgação de informações sobre o coronavírus.

Pesquisa Datafolha realizada entre os dias 18 e 20 deste mês, por meio de telefone, mostrou que programas jornalísticos da TV (61%) e jornais impressos (56%) atingem os índices de confiança mais altos, seguidos pelo jornalismo de rádio (50%) e sites de notícias (38%).

Habitat, como se sabe, propício à proliferação de imposturas, plataformas como WhatsApp e Facebook são vistas com cautela. Apenas 12% dos entrevistados dizem confiar em dados sobre a Covid-19 que recebem por essas vias.

É um sinal de que, embora a desinformação e a ingenuidade ainda favoreçam a disseminação de conteúdos capciosos e inverídicos, a maioria recorre ao jornalismo profissional, sem dúvida mais preparado para relatar os acontecimentos e transmitir as recomendações adequadas para enfrentar a pandemia internacional.

Veículos com credibilidade têm observado sensível alta de demanda em suas plataformas, tanto em razão do impacto do vírus na vida de todos quanto pelas condições extraordinárias que se impõem ao dia a dia.

Emissoras de televisão por exemplo, voltaram a experimentar picos de audiência em suas atrações informativas.

O Jornal Nacional, noticiário mais assistido do país, atinge patamares não vistos há muitos anos. Fenômeno análogo se observa nos canais a cabo, muitos deles com acesso liberado pelas operadoras, e também em veículos estatais, como a TV Cultura de São Paulo.

Indispensável à democracia, o jornalismo profissional é alvo de reiterados ataques do presidente da República, cuja ofensiva contra a transparência incluiu mais recentemente a tentativa —suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal— de restringir por ora a aplicação da Lei de Acesso à Informação.

É auspicioso, de todo modo, que meios pautados pelo senso crítico, pela pluralidade de opiniões e pela independência em relação a governos, partidos e grupos de interesse venham merecendo a atenção redobrada da sociedade.

editoriais@grupofolha.com.br

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