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Levi Ceregato e Carlos Jacomine

Carta dos gráficos ao governo e ao mercado

Setor continua trabalhando, sempre a favor do Brasil

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Levi Ceregato Carlos Jacomine

Nós, gráficos brasileiros, não estamos de quarentena. Nossas impressoras continuam rodando jornais, livros, folhetos, catálogos, revistas, rótulos e embalagens para o agronegócio e para os produtos que todo brasileiro usa em seu cotidiano.

Tudo que é impresso é relevante, é verdadeiro e tem a credibilidade das marcas que são estampadas nos produtos que saem de nossas gráficas. Nossos colaboradores vão e voltam de suas casas todos os dias, expondo-se ao risco que é comum a todos os brasileiros. Nós não podemos, não queremos e não vamos parar, pois sabemos de nossa responsabilidade com o consumidor brasileiro, com nossos clientes e com nossas famílias. E prestamos aqui nossa solidariedade e agradecimento àqueles profissionais cujo trabalho é essencial à vida e à segurança da nação, em especial aos da área de saúde, valorosos desde sempre e mais necessários do que nunca.

Rotativas no Centro Tecnológico Gráfico-Folha (CTG-F), em Santana de Parnaíba (Grande SP) - Eduardo Knapp - 10.abr.20/Folhapress

Desde o início da pandemia de Covid-19, a principal preocupação de nossas entidades foi manter todos os nossos associados bem informados sobre recomendações de saúde pública e as decisões fiscais e tributárias do governo. Cumprimos nosso papel à risca. Mesmo em home office, distribuímos mais de duas dezenas de comunicados aos nossos associados para que todos tenham segurança jurídica para literalmente salvar suas empresas e os empregos de seus colaboradores no momento mais delicado da nação desde a Segunda Guerra Mundial.

Muito embora estejamos respeitando as orientações governamentais de manter o maior número possível de colaboradores protegidos do coronavírus em suas casas, e parte significativa dos empresários de nosso setor tenha adotado medidas extras de proteção, como providenciar transporte exclusivo para seus colaboradores indispensáveis nas linhas de produção, precisamos que o Brasil volte ao trabalho o quanto antes, mas com responsabilidade, diminuindo ao máximo o risco de contaminação. Teremos pela frente mais algumas semanas extremamente difíceis, mas temos garra, coragem e esperança para seguir em frente, com fé em Deus e confiança nas nossas autoridades.

Porém, precisamos que os governos façam mais. As medidas que beneficiam pequenas e médias empresas, com faturamento entre R$ 300 mil e R$ 10 milhões por ano, são um alento, mas a exigência de uma série de certidões vai inviabilizar grande parte dos empréstimos: 97% das quase 18 mil empresas gráficas instaladas no território nacional, e que geram mais de 170 mil empregos diretos, são micro e pequenas empresas que não atingem o patamar de faturamento para se beneficiar das concessões governamentais.

E, nos 3% restantes, existem as grandes gráficas, com faturamento superior a R$ 10 milhões por ano, órfãs de qualquer medida de socorro anunciada por qualquer instância de governo neste momento crucial. São gráficas que imprimem, por exemplo, todos os livros didáticos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) e os materiais didáticos utilizados por todos os estudantes do Brasil.

Essas empresas precisam de capital de giro, de postergar o pagamento do ISS, precisam de ajuda. O papel do governo neste momento de crise extrema é proteger as empresas de forma eficaz e contundente, para assim garantir o emprego de milhares de brasileiros.

Essa crise certamente vai passar. Reiteramos nossa confiança nas autoridades, nossa esperança na ciência e nossa vontade de continuar trabalhando duro, como sempre fizemos, pelo bem do Brasil.

Levi Ceregato

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional)

Carlos Jacomine

Presidente da Associação Brasileira de Empresas com Rotativa Offset (Abro)

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