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Carlos Giusti

O lado bom da notícia

CNN Brasil movimenta o mercado em operação multiplataforma

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Carlos Giusti

Diante do atual momento em que vivemos, confinados já há um mês, alternando entre “conference calls” o cuidado com a família e as angústias que o cotidiano traz, ainda sobra tempo para uma reflexão.

São em eventos como este, dito definitivos, que a sociedade tem a oportunidade de mostrar o seu melhor. Assim foi após a crise de 1929 ou no pós-guerra. Saímos mais fortes, mais solidários e com uma melhor distribuição da riqueza produzida.

O jornalista William Waack apresentando programa na CNN Brasil
O jornalista William Waack apresenta programa na CNN Brasil - Larissa Guerreiro - 14.abr.20

A opção parece bastante simples: ou paralisamos e deprimimos, ou colocamos as coisas em perspectiva. Por exemplo, a telemedicina, que até outro dia dependia de regulamentação, virou prática usual, garantindo acesso muito mais democrático à população, tanto do ponto de vista do alcance quanto econômico.

A educação a distância, um tabu até ontem, hoje é a única alternativa e amanhã, mais uma vez, uma possibilidade para grande parte da população a quem antes uma melhor formação era inacessível. Enfim, atrás de toda ameaça existe uma oportunidade para a criatividade e a adaptabilidade humana. E não é diferente na indústria de mídia e informação.

Há exatamente um mês, na mesma semana em que começava o programa de quarentena voluntário, “entrava no ar” a CNN Brasil, uma franquia do maior canal de notícias do mundo, com recursos e executivos locais.

Mais uma vez colocando em perspectiva: a indústria de mídia tradicional vem já há alguns anos sofrendo —não apenas por mudança de hábitos da sociedade em relação ao consumo dos meios, queda de assinantes na TV a cabo, crise de receitas publicitárias e migração para plataformas digitais—, mas ainda por uma polarização social a que esta indústria em particular sofre de forma aguda. Enfim, nada mais insensato do que investir em uma empresa de notícias neste momento onde ainda os participantes mais bem posicionados superam meio século ou mais.

Já outra forma de encarar os fatos é perceber nisso uma tremenda oportunidade de, começando do zero, estruturar uma operação verdadeiramente multiplataforma, presente em todas as principais janelas, on e offline, mais leve e eficaz (portanto, competitiva); montar uma equipe com referências no jornalismo; estabelecer um conselho editorial que sustente a veracidade dos fatos e a independência editorial; e, ainda, garantir uma abordagem plural em sua pauta.

Para se ter uma ideia, nesses 30 dias, já passaram por lá os presidentes da República, do Senado, da Câmara e do Supremo, além de ministros, governadores, principais líderes da oposição e referências da sociedade organizada e do empresariado. Enfim, depois de apenas um mês de sua estreia, com mais de 17 horas de programação diária ao vivo, a CNN Brasil alcançou a vice-liderança de audiência na TV por assinatura, tendo em diversos momentos liderado a preferência do público no cabo e conquistado mais de 5 milhões de visitantes únicos em seu site.

É por isso que sou fã da livre iniciativa; ela sempre nos proporciona o novo, desafia o status quo, aprimora a concorrência e, principalmente, oferece alternativas ao consumidor. E, em se tratando de notícias, uma perspectiva a mais —o que, no caso e no tempo, é uma oportunidade para nos tornarmos melhores cidadãos. Em tempos de crise sobrevive quem tem coragem, equilíbrio, criatividade e capacidade de se adaptar. Cabe a nós escolhermos.

Carlos Giusti

Publicitário, é sócio líder para a indústria de mídia e entretenimento na PwC Brasil

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