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Ciberameaças

Invasão a site oficial e vazamento no Pix mostram despreparo ante ataque virtual

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Reflexo do hacker é visto à frente de tela escura do computador, com informações de bluetooth na região
Especialista em cibersegurança demonstra ataque a celulares Android - Folhapress

Com a escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, as principais ameaças do Kremlin vão além dos mísseis ou das forças militares posicionadas na fronteira. O governo ucraniano também prepara defesas contra ciberataques, principalmente ao abastecimento de energia, à internet e às comunicações.

Nos últimos dias, ofensivas virtuais foram disparadas contra sites e agências governamentais do país europeu —acusados, os russos negam envolvimento. Em alerta divulgado na semana passada, o governo americano reconhece a gravidade de uma potencial ciberguerra, que poderia impactar outros países, além de empresas.

Há mais de uma década, especialistas alertam para potenciais efeitos no mundo físico a partir de uma ofensiva virtual. A ameaça recairia principalmente sobre a oferta de água, luz e combustível.

Um dos primeiros grandes marcos nessa área foi um ataque batizado de "Stuxnet". Descoberto em 2010, a investida afetou o programa nuclear iraniano ao destruir centrífugas usadas no enriquecimento de urânio. Desde então, os casos se multiplicaram.

O Brasil não escapa ileso, seja de efeitos colaterais, seja como alvo prioritário —o que muda é somente o grau de complexidade. Com falta de atenção devida ao assunto, as capacidades de defesa e de reação nacionais deixam a desejar e trata-se com normalidade o vazamento de dados pessoais. Foi o que se viu no recente vazamento de chaves Pix, o terceiro do tipo.

Por aqui, uma investida simples pode causar estrago considerável. É possível ter acesso a conversas privadas de um ministro de Estado sem dispor de grande sofisticação técnica. Ou interromper o cômputo dos dados relativos a casos de Covid-19 no país por semanas.

Isso sem contar o risco de ataques partindo de grandes grupos cibercriminosos, que também podem atuar em qualquer lugar do mundo. Tais operações cada vez mais miram setores e indústrias que não podem parar a produção.

Na pandemia, por exemplo, o alvo foi a infraestrutura de saúde. Na Alemanha, em 2020, uma mulher morreu após não conseguir atendimento em um hospital paralisado por um ataque hacker.

Países mais desenvolvidos nessa área dão pistas de como agir. As medidas passam por investimento público e na colaboração com empresas, por vezes compulsória. No Brasil, a proximidade das eleições é um fator a mais de urgência.

editoriais@grupofolha.com.br

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