Gráficos de expansão da energia de fonte fotovoltaica avançam no mundo e no Brasil em números hiperbólicos como os de erupções na superfície do Sol. A capacidade instalada nos painéis solares do planeta alcançou 1 terawatt (TW, ou 1 trilhão de watts) no mês passado.
A marca tem significado histórico ao pôr a eletricidade solar em segundo lugar no rol das energias renováveis, como noticiou o jornal Valor Econômico. Fica atrás só de hidrelétricas, de acordo com o relatório "Panorama do Mercado Global para Energia Solar 2022-2026".
Fontes alternativas de eletricidade têm papel crucial na descarbonização da economia mundial. Elas permitem abrir mão da energia de combustíveis fósseis —carvão, petróleo e gás natural— que agravam o efeito estufa, impelem a crise climática e ainda dominam o cenário energético, com mais de 60% da capacidade instalada.
O crescimento fotovoltaico tem sido vertiginoso entre as renováveis. A capacidade global dobrou em três anos após 2018. A organização SolarPower Europe, autora do documento, prediz que a força dos painéis mais que duplicará em 2025, atingindo 2,3 TW.
No ano passado a base geradora solar agregou 168 GW às redes. Mais do que a metade de todas as renováveis juntas (302 GW) e 70 GW acima da fonte eólica.
A China desponta há vários anos como campeã solar. Exibe a maior capacidade instalada (306 GW, quase um terço do observado no planeta), o maior volume adicionado em 2021 (54,9 GW) e a maior taxa de crescimento anual (14%).
O Brasil tem 15,3 GW instalados, mais que uma Itaipu (14 GW), e não faz má figura. Ocupava a 13ª posição global em 2021 e dominava na América Latina, com 43% da potência instalada na região, à frente do segundo colocado, o México (21%).
Mais de um terço (5,7 GW) foi adicionado pelo país no ano passado, indicativo de acentuada aceleração. Ganhos de escala fizeram da energia fotovoltaica a eletricidade mais barata por aqui, com preços recuando de US$ 100 por MW/hora em 2013 para US$ 30/MWh em 2021, segundo a Absolar, que representa 700 empresas nacionais.
O salto na demanda das instalações tem muito a ver com o novo marco regulatório de 2021, que prevê passar a cobrar mais à frente encargos sobre a energia assim gerada para remunerar distribuidores de eletricidade e custear a manutenção do sistema. No momento, aproveita-se a isenção.
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