Otimismo de apoiadores de Lula com atos do 11/8 contrasta com avanços de Bolsonaro

Bolsonaro cresce em MG e SP e influenciará o ritmo da música a partir do Dia da Independência

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Julia Chaib
Julia Chaib

Repórter em Brasília

O otimismo gerado pelos atos que marcaram a leitura de cartas pró-democracia nesta semana contrasta com dados pessimistas que bateram à porta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Levantamentos analisados pelo partido mostram avanço do principal alvo do manifesto: Jair Bolsonaro (PL) cresceu em Minas Gerais e São Paulo.

É claro que a leitura dos documentos definitivamente não foi notícia boa para o atual presidente.

O texto elaborado por ex-alunos de direito da USP (Universidade de São Paulo) reuniu mais de um milhão de assinaturas, incluindo banqueiros, empresários, advogados e sindicalistas, entre tantos outros.

Público acompanha leitura dos manifestos pela democracia no Pátio das Arcadas e na parte externa da Faculdade de Direito da USP
Público acompanha leitura dos manifestos pela democracia no Pátio das Arcadas e na parte externa da Faculdade de Direito da USP - Eduardo Knapp - 11.ago.22/Folhapress

O movimento foi um rechaço retumbante aos arroubos autoritários de Bolsonaro. No mínimo, serve para ampliar o isolamento do chefe do Executivo em parcela do eleitorado que o apoiou em 2018, antes refratária a Lula.

Por outro lado, não encontra eco em necessidades urgentes da população de baixa renda mais atingida pelos efeitos nocivos da alta de preços.

Foi justamente nesse segmento que a campanha de Lula constatou alta de Bolsonaro e teme evolução ainda maior.

Dado que aliados do petista sentem a consolidação do voto no Nordeste, tudo indica que a disputa mais ferrenha se dará no triângulo do Sudeste (Minas, São Paulo e Rio), e a senha será o discurso da economia.

Já o tamanho do estrago que o discurso golpista terá na campanha de Bolsonaro dependerá do próprio presidente.

Ele promete reação no dia 7 de setembro. Se o presidente dobrar a tática de questionamento às urnas, pode alimentar contra si uma onda capaz de levar setores médios hoje resistentes a Lula a optar pelo petista em nome da estabilidade.

Resta saber se um recuo estratégico pode conter um movimento que outrora ficaria ainda maior.
Instintivo, Bolsonaro influenciará o tom da orquestra a ser tocada a partir do Dia da Independência.

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