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O que a Folha pensa

Força direitista

Nos estados, incumbentes mostram bom desempenho, com a notável exceção paulista

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Tarcísio de Freitas (Republicanos), que obteve a maior votação na disputa pelo Bandeirantes - Marlene Bergamo/Folhapress

Se há quatro anos o eleitorado se inclinou fortemente à direita e contra o petismo e as forças políticas tradicionais, desta vez a eleição geral mostrou resiliência em certa medida surpreendente desse campo ideológico, provavelmente impulsionada pelos bons ventos econômicos dos últimos meses.

Assim, beneficiários da onda direitista e antipolítica de 2018 não foram contaminados pelo desgaste nacional de Jair Bolsonaro (PL). Em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) foi reeleito no primeiro turno; o mesmo conseguiu no Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL), que chegou ao governo após o impeachment de Wilson Witzel (PMB).

A centro-direita e a direita mostraram vigor também no Centro-Oeste, Sul e Sudeste, inclusive em estados nos quais se esperava que Lula superasse os adversários.

Em São Paulo, em disparada não detectada pelos institutos de pesquisa, o candidato do Planalto, Tarcísio de Freitas (Republicanos), garantiu o primeiro lugar. No maior colégio do país, vai enfrentar o petista Fernando Haddad, o que de quebra põe fim a uma hegemonia tucana de 28 anos no estado.

A esquerda manteve um desempenho fraco nas disputas estaduais do Sul, do Centro-Oeste e do Norte. No Rio Grande do Sul, onde está o quinto maior eleitorado do país, passaram à segunda etapa o bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB), governador até o início deste ano.

Goiás e Pará, os maiores colégios de suas regiões, consagraram dois nomes e sobrenomes tradicionais, reelegendo Ronaldo Caiado (União Brasil) e Helder Barbalho (MDB), respectivamente.

Já a liderança nacional de Luiz Inácio Lula da Silva veio acompanhada de alguma recuperação do PT e de seus aliados. O lulismo confirmou seu poderio no Nordeste. No Rio Grande do Norte, no Piauí e no Ceará, onde já fora vitorioso nos pleitos de 2018, o PT obteve conquistas no primeiro turno.

Correligionários estarão no segundo turno na Bahia e em Sergipe. Em Pernambuco, com o segundo maior número de eleitores da região, atrás da Bahia, Marília Arraes (Solidariedade) segue no páreo.

Tudo considerado, o pragmatismo parece ter superado o afã anterior por renovação. A maioria dos principais incumbentes teve bom desempenho, com a notável exceção paulista —na qual Rodrigo Garcia, no posto há apenas seis meses, não conseguiu superar o processo de erosão do PSDB local.

editoriais@grupofolha.com.br

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