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O que a Folha pensa mudança climática

Mundo deslocado

Cresce população sem moradia devido a guerras ou desastres como o do RS

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Abrigo comunitário para pessoas atingidas pelas enchentes, em São Leopoldo (RS) - Pedro Ladeira/Folhapress

O mundo está mais hostil. Além do aumento do gasto militar, guerras tanto entre nações quanto domésticas e catástrofes naturais produziram um enorme contingente global de populações que tiveram de abandonar suas residências.

Segundo relatório do Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos, divulgado nesta terça (14), 75,9 milhões de pessoas estavam nessa situação no fim de 2023 —alta de 6,8% ante 2022 e de 50% nos últimos cinco anos.

Refugiados cruzam fronteiras internacionais; já deslocados internos buscam acomodação em moradias de parentes ou abrigos comunitários no próprio país.

A África subsaariana é a região mais atingida, com 50% do total de pessoas nessa situação no período.
Os conflitos em Gaza, Sudão, República Democrática do Congo e Ucrânia contribuíram significativamente para o aumento global. Os confrontos bélicos foram responsáveis por 90% (68,3 milhões) dos deslocados ao final de 2023, ante 7,7 milhões que fugiram devido a desastres naturais, como enchentes, terremotos e tornados.

O Brasil atualmente lida com um fluxo de deslocados inaudito, devido à tragédia no Rio Grande o Sul.

Segundo levantamento com dados do Ministério da Integração feito pela Folha, até sábado (11) o estado contabilizava 618 mil pessoas longe de seus lares, sendo 537 mil desalojados (saem de casa, mas não precisam recorrer a abrigos públicos) e 81 mil desabrigados. Trata-se do maior número da série histórica iniciada em 1991.

Com as perdas materiais e o luto pelo falecimento de entes queridos, deslocados vivem em situação de extrema vulnerabilidade, com risco de desenvolverem graves problemas psicológicos pelo trauma.

Por isso, o suporte do poder público deve se dar de modo integrado e interdisciplinar, com infraestrutura para abrigos, reconstrução de moradias, segurança e cuidados com a saúde física e mental.

Em relação a desastres oriundos da mudança climática, governos em todas as esferas devem criar planos de adaptação tanto para prevenção quanto para agir com celeridade e eficiência quando o evento extremo já estiver em curso.

editoriais@grupofolha.com.br

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