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Vacinas em alta

Brasil melhora taxas de imunização infantil, mas ainda há gargalos no sistema

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Criança é vacinada em escola municipal de São Paulo (SP) - Keiny Andrade - 28.ago.18/Folhapress

Relatório da Unicef e da Organização Mundial da Saúde divulgado no início da semana mostra que a cobertura global da imunização infantil ainda não retornou ao patamar pré-pandemia. A boa notícia é que, no Brasil, houve melhoras.

Analisou-se o alcance da vacina DTP (para difteria, tétano e coqueluche), dado que sua distribuição reflete a situação da imunização infantil contra outras doenças.

Para a proteção total, são necessárias três doses. Em 2023, a cobertura da terceira dose (DTP3) ficou em 84%, alcançando 108 milhões de crianças, ante 86% em 2019.

Cerca de 21 milhões de crianças ou não foram vacinadas ou não receberam as três doses em 2023. O primeiro grupo, chamado zero dose, somou 14,5 milhões, acima dos 12,8 milhões de 2019. Os piores índices estão na África, Sul da Ásia e América Latina e Caribe.

Na América do Sul, Chile e Guiana Francesa (99%), Guiana (98%) e Brasil (96%) têm as melhores taxas da primeira dose e, com 65%, a Venezuela está na pior situação.

No Brasil, verificou-se queda robusta no número de crianças zero dose —687 mil, em 2021, para 103 mil no ano passado— e também daquelas que não tomaram a DTP3, que passou de 846 mil para 257 mil, no mesmo período.

Os números são auspiciosos, já que o país vem apresentando queda da cobertura da imunização infantil contra outras doenças. A vacinação contra sarampo, caxumba e rubéola no Brasil foi de 93,1%, em 2019, para 71,5%, em 2021; e a da poliomielite, de 84,2% para 67,7%.

O discurso antivacina de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia pode ter contribuído para tal deterioração, mas as taxas já vinham caindo desde 2016.

O poder público não deve baixar a guarda devido aos bons resultados sob o governo Lula (PT). Problemas foram verificados na autorização da vacina da dengue, o alcance do imunizante para o HPV ainda é precário e a cobertura contra variantes da Covid-19 oscila.

Ademais casos de coqueluche crescem no Brasil e, de forma preocupante, na Europa —o que gerou um alerta do Ministério da Saúde para possível piora do quadro aqui.

O segredo da eficiência da imunização é a eterna vigilância.

editoriais@grupofolha.com.br

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