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O que a Folha pensa Governo Lula

Marçal, de conduta abjeta, embola disputa

Datafolha mostra ex-coach empatado na liderança com Boulos e Nunes em São Paulo; Datena e Tabata ficam para trás

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Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB), candidatos à Prefeitura de São Paulo (SP) - Pedro Ladeira e Bruno Santos/Folhapress

A paisagem mudou na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Após meses de calmaria e previsibilidade, a mais recente pesquisa do Datafolha registra a ascensão de um elemento inesperado, capaz de embolar a eleição na capital paulista e adicionar um suspense até então inexistente na disputa deste ano.

Trata-se do influenciador Pablo Marçal (PRTB), cuja conduta como candidato tem sido nada menos que abjeta. Segundo o levantamento, Marçal saltou de 14% das intenções de voto para 21% e alcançou a liderança, empatado com Guilherme Boulos (PSOL), que oscilou de 22% para 23%, e Ricardo Nunes (MDB), que foi de 23% para 19%.

Até a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (22), o deputado federal Boulos e o prefeito Nunes dividiam com folga a liderança, distantes por larga margem de qualquer terceiro colocado. Pareciam poder tocar a bola de lado e esperar o confronto no segundo turno.

Não mais. Sobretudo para Nunes, os números do Datafolha indicam a necessidade de reavaliar a estratégia. Embora o alcaide seja o nome apoiado por Jair Bolsonaro (PL) no município, é Marçal quem lidera as intenções de voto entre eleitores do ex-presidente.

O autointitulado ex-coach, com forte engajamento nas redes sociais e sem compromisso com o debate de ideias, concorre com Nunes pelo posto de candidato mais forte da direita para enfrentar Boulos, cujo principal padrinho é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desse ponto de vista, Nunes tem pouco a se queixar; a pesquisa mostra que, num eventual segundo turno, o atual prefeito derrotaria Boulos por 47% a 38% (o Datafolha não testou cenários com Marçal, já que, na rodada anterior, ele não tinha empatado na liderança).

A reprodução da polarização nacional abre pouco espaço para outros candidatos. O apresentador José Luiz Datena (PSDB), por exemplo, passou de 14% no último levantamento para 10% agora —cifra que pode aumentar a dúvida quanto a sua permanência. A deputada Tabata Amaral (PSB), por sua vez, oscilou de 7% para 8%.

Se Tabata aparece atrás dos principais candidatos, tem a vantagem de possuir a menor rejeição entre os cinco, com 18% dos eleitores dizendo que não votariam nela de jeito nenhum. Boulos (37%), Marçal (34%), Datena (32%) e Nunes (25%) sofrem mais nesse aspecto. Quanto a Datena, resta-lhe menos tempo para transformar em votos a popularidade que amealhou na TV.

De todo modo, como os paulistanos já aprenderam em eleições recentes, reviravoltas de última hora nunca devem ser descartadas.

editoriais@grupofolha.com.br

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