Descrição de chapéu Rita Lee

Leitora diz que Rita Lee contribuiu para sua educação sentimental e libertária

Folha perguntou aos leitores suas melhores lembranças e canções da cantora

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São Paulo

"Rita sempre me acompanhou em tudo na vida. Suas músicas foram minha educação sentimental e libertária", diz a economista Isabel Manini, 52, de São Paulo.

Após a morte de Rita Lee nesta segunda-feira (8), a Folha pediu que os leitores enviassem suas lembranças associadas à cantora, apontassem suas músicas favoritas e de que forma a carreira de Rita Lee impactou suas vidas.

No caso de Manini, "Baila Comigo" é bastante marcante porque foi a canção que embalou o começo do namoro com seu marido: "Suas frases tenho sempre comigo", afirma.

Show de Rita Lee durante comemoração do aniversário de SP, no vale do Anhangabaú - Alessandro Shinoda/Folhapress

A relação com a cantora para o publicitário Leonardo Lima Lopes, 33, de São Paulo, é ainda mais pessoal. Ele conta que, quando ainda era inexperiente em seu trabalho no aeroporto de Guarulhos, precisou fazer o embarque de passageiros em um voo lotado sozinho.

Leonardo lembra que Rita Lee iria embarcar com sua banda e ajudou a aliviar sua tensão no momento. "Ela veio até mim, segurou as sobras das minhas roupas e disse: ‘Você é meu primo? É magrinho igual a mim!’ Rachamos o bico, fiz o check-in dela super feliz e fiquei tranquilo depois disso."

A música "Flagra" fez parte da infância do advogado Renato Henrique Torrer Polli, 35, de Florianópolis (SC). "Não é exatamente a minha favorita, mas é a que traz lembranças mais antigas." Ele lembra de ouvir os vinis da cantora a todo volume aos quatro anos de idade.

As recordações de quando era criança também são despertadas pelo repertório da paulista, diz a jornalista Camila Iara Marcos, 31, de Blumenau (SC), em especial com "Coisas da Vida". "É uma canção que imediatamente me teletransporta para os dias de menina: pé na grama, casa da avó, cheiro de café e Rita no rádio."

Na década de 1980, o contador Stanislaw Zmitrowicz, 45, de São Paulo, se divertia nas tardes que passava na casa do avô dançando ao som de "Lança Perfume" com as irmãs e a tia.

Apesar do ritmo acelerado, "Saúde" virou a canção de ninar do administrador André Gustavo de Souza Zanardi, 35. "Minha mãe cantava para mim quando eu era pequeno e depois eu cantei para meus irmãos. Quando ela faleceu, eles ainda eram pequenos e a gente cantava essa música antes de dormir."

Aos 14 anos, o estudante Erick Collares Teixeira, de Porto Alegre (RS), aponta "Lança Perfume" como inspiradora e, na opinião dele, a canção deveria motivar todos a desfrutarem sua liberdade. "Rita Lee era uma verdadeira lenda da música brasileira que perdemos."

A estudante de 18 anos cita "Minha Vida", releitura de "In My Life", dos Beatles, por significar sua relação com a mãe. "Foi ela quem me ensinou a gostar tanto de Rita Lee."

Com "Mania de Você" e "Banho de Espuma", a advogada Sílvia de Oliveira, 50, de São Paulo, conta que aprendeu que sexo deve ser feito sem culpa. "Obrigada, Rita Lee, por ter me ajudado a passar por todos esses momentos."

Confira outros depoimentos enviados a seguir:

Tudo que a Rita falava e expressava era para mim como um mantra, mas certamente o conselho que ela nos deu com "a inocência não dura a vida inteira. Brinque de ser sério. E leve a sério a brincadeira" é a que carrego todos os dias da minha vida e que me ajudam a viver. Obrigado, Rita Lee, você esteve e sempre estará presente em todas as minhas relações.
Igor Ferrão, 30, farmacêutico (São Paulo, SP)

Sem dúvida é "Mania de Você". Imagine um garoto de 13 à epoca vendo um comercial de jeans em que um casal vai tirando a roupa com essa música de fundo!
Mauro Sérgio da Silva, 56, autônomo (Altinho, PE)

"Mania de Você". Foi a primeira música da Rita que aprendi a tocar no violão. Além disso, ter lido e visto toda a trajetória de Rita Lee me marcou.
Júlia Ponzio, 31, bióloga (São Paulo, SP)

Sem dúvidas, "Lança Perfume" foi a música mais marcante na minha vida. Foi uma das primeiras coisas que tive em comum com uma paixão que passou pela minha vida, pois havia o amor comum à Rita. Descanse em paz, imortal Rita Lee!
Vinicius Andrade de Paula, 23, estagiário (São Paulo, SP)

"Obrigado Não", talvez pelo vídeo onde homens se beijam, e eu, um mero mortal adolescente descobrindo a minha sexualidade e descobrindo a artista Rita Lee. O tesão que a música me deu, a sinfonia, a letra.
Alexandre Kraemer Canello, 36, técnico em enfermagem (Montenegro, RS)

Não tenho uma canção favorita, tenho várias. Ouvi Rita Lee a primeira vez em 1980, em uma vitrola na casa da minha tia, tinha 6 anos. A música era "Lança Perfume" e fiquei alucinada de ouvir aquilo, comecei a dançar e rapidamente aprendi a letra. Depois disso, nunca mais deixei de ouvir as suas músicas. Vivi minha adolescência nos anos 1980 e me sentia representada em suas letras, me sentia empoderada cantando.
Karina Kanazawa Rienzo, 49, empreendedora social (São Paulo, SP)

Rita é a primeira lembrança musical que tenho. A voz de minha tia cantarolando Flagra, no banheiro de casa, na tentativa de evitar o meu berreiro quando chegava o momento de tirar o shampoo, é uma das memórias que guardo da primeira infância.
Lucas Zacouteguy, 22, repórter (Dom Pedrito, RS)

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