Leitor comenta texto de Pasquale Cipro Neto sobre poema de Olavo Bilac
Senhor Pasquale,
Achei legal seu texto sobre "A um poeta", de Olavo Bilac. Só não concordo quando você diz: "já que não se afirma que beneditino escreve, trabalha... Diz-se a ele (beneditino) que trabalhe, que escreva, que teime..."
Não se afirma mesmo, até porque beneditino aí não é sujeito. Nem na sua interpretação do poema, quando o senhor põe: "Diz-se a ele que trabalhe...". Beneditino, reitero, aí, é um adjetivo (que não funciona como sujeito). Na verdade, o poeta (veja o título do poema) é que trabalha, teima... e não o beneditino.
Beneditino aqui é um adjetivo para poeta, como se o eu poético usasse esse título para franciscano ou um frade de outra ordem.
Beneditino é o frade que pertence à ordem de São Bento, que é muito rígida, séria, baseada principalmente na clausura, na oração e no trabalho. Assim, o eu poético diz: ao poeta (como se este fosse um frade beneditino) resta trabalhar, e teimar...
Aliás, ele conseguiu um efeito bonito com esses verbos: trabAlha, e tEima, e lIma, e sOfre, e sUa - fazendo soar a sequência das vogais tônicas a, e, i, o, u.
É isso também.
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