Descrição de chapéu Folha na Sala

Podcast discute como formar professores melhores

Especialistas apontam medidas que poderiam impactar a qualidade da educação básica

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São Paulo

Ter uma educação de qualidade exige professores bem formados não só na teoria como na prática de sala de aula. Por isso, as universidades discutem há tempos mudanças na formação inicial do professor para melhorar a qualidade do ensino.

Mas essa solução não é tão simples, nem é a única mudança a ser feita. No Folha na Sala desta terça (28), especialistas debatem o que deve mudar na formação inicial para impactar a qualidade da educação no Brasil.

Para o reitor da Universidade de Lisboa António Nóvoa, um dos grandes pensadores da educação e da formação docente hoje, ainda que seja importante, é preciso ampliar a visão.

“A ideia de que tudo começa na formação de professores, que é o princípio de qualquer mudança, é um princípio errado. Temos que perceber que as mudanças nas escolas e nos professores são mais amplas e atingem diferentes pontos. Não podemos por esse peso apenas na formação”.

Mas ele aponta que a qualidade do ensino superior também importa. Segundo pesquisa feita pelo Ibope a pedido do Itaú Social e Todos pela Educação, 53% dos docentes da educação básica atuando no país se formaram em instituições privadas, contra 38% nas públicas.

O professor Carlos Bielschowsky, do Instituto de Química da UFRJ, que já foi secretário de educação à distância do MEC entre 2007 e 2010, publicou um estudo em que avaliou as notas do Enade 2017 dos cursos de Pedagogia à distância das dez maiores instituições privadas do país.

E o resultado é preocupante. Dessas dez, nove tiveram resultado inferior a 1,6, a nota máxima é 5. Somando, são mais de 203 mil alunos matriculados em cursos mal avaliados. Ou seja, cerca de 30% de todos os alunos de Pedagogia do país.

“O resultado é desastroso para a educação superior no Brasil e para o ensino básico. Então nós estamos criando problemas para as futuras gerações, nossas crianças, que vão ficar com professores que tiveram cursos que, no meu entendimento, não deveriam estar funcionando”, diz Bielschowsky.

O podcast ainda conta a história do professor Rafael Dias, de Buriti Bravo (MA), que começou a lecionar sem nenhuma formação e fez o caminho inverso da universidade: da prática para a teoria.

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