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12/06/2012 - 12h35

Crise internacional terá efeito pelos próximos dois anos, diz Tombini

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MAELI PRADO
DE BRASÍLIA

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta terça-feira (12) que a crise internacional trará volatilidade aos mercados e crescimento abaixo do esperado para a economia global pelos próximos dois anos.

"Nosso cenário básico é que teremos, ao longo dos próximos dois anos, volatilidade dos mercados internacionais e crescimento abaixo do que se esperava", declarou Tombini, durante audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), no Senado Federal.

A expectativa é que a economia global cresça somente 2,3% neste ano, abaixo dos quase 3% esperados pelo mercado no final do ano passado.

O presidente do BC ressaltou que, do início deste ano para cá, a economia europeia teve uma "recaída" na crise por conta da dívida grega e dos recentes questionamentos sobre o sistema financeiro na Espanha.

O PIB (Produto Interno Bruto) da União Europeia deve cair 0,35% neste ano, lembrou Tombini, e crescer 1% no ano que vem.

No caso dos EUA, ele afirmou que a perspectiva é de expansão "moderada". "A economia americana não crescerá mais a 3%, 3,5% ao ano, mas sim na faixa dos 2% a 2,5% ao ano. Mas está ocorrendo uma recuperação."

Sobre a China, a visão é que, a despeito da desaceleração do crescimento do país asiático (a meta é de crescimento de 7,5% neste ano), haverá uma transição suave. "A China tem capacidade de coordenar e administrar um pouso suave da sua economia. Ela tem instrumentos para tanto."

SEGUNDO SEMESTRE

O presidente do BC destacou que, no Brasil, o ritmo da economia deve se acelerar ao longo de 2012. "Teremos um crescimento mais forte no segundo semestre deste ano, pela série de estímulos que a economia já recebeu", disse.

A expectativa do mercado é que a economia brasileira cresça 2,5% em 2012, abaixo dos 2,7% registrados no ano passado.

Tombini ressaltou que a crise internacional traz um viés desinflacionário à economia brasileira, e que a expectativa é que a variação de preços fique em torno da meta para o ano, de 4,5%. "Pelos próximos meses e trimestres, teremos um crescimento baixo da economia mundial."

O presidente do BC também destacou que o crédito está se expandindo a taxas mais moderadas do que nos últimos anos. "Mesmo assim, até abril, as novas concessões de financiamentos estão 10% acima dos primeiros quatro meses de 2011, então o crédito continua se expandindo."

Ele destacou ainda que há espaço para crescimento do crédito imobiliário. "Hoje, o crédito total da economia está em torno de 50% do PIB, sendo que o crédito imobiliário começa a ganhar mais importância. Mesmo assim, está em torno de 5% do PIB, há espaço para aumentar esse percentual. Na China, por exemplo, é de mais de 40% do PIB."

INADIMPLÊNCIA

Sobre o crescimento do calote, em especial no caso de veículos, Tombini pontuou que as concessões mais recentes, a partir de agosto e setembro do ano passado, apresentam um padrão de inadimplência menor.

"A inadimplência vai recuar a partir dos próximos meses. A própria redução dos juros básicos cria um ambiente que permite redução da inadimplência mais para a frente", disse.

 

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