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26/08/2012 - 06h15

Vice de Freixo, Marcelo Yuka diz rejeitar carreira política

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ITALO NOGUEIRA
DO RIO

Após quase dois meses de campanha, o músico Marcelo Yuka (PSOL), 46, diz já ter sentido os efeitos de ter aceitado o convite para ser candidato a vice-prefeito na chapa de Marcelo Freixo (PSOL).

Contratos de trabalho foram adiados e um sítio teve de ser vendido para que ele se sustentasse durante a disputa eleitoral.

O prejuízo e esforço pessoais fazem com que o candidato rejeite o que todos adversários e o próprio aliado desejam. Yuka diz não querer seguir carreira política.

"Eu me sacrifico muito e minha família paga um preço caro por isso. Estou me sacrificando. Agora [a candidatura] é onde posso ir mais longe" disse Yuka.

O músico é filiado ao PSOL desde 2010, quando seu nome foi especulado como candidato a deputado federal. Ele afirma que nunca cogitou a hipótese, mas disse que entrou na sigla apenas como uma forma de permitir-se mudar de ideia.

Depois de quase dois meses de campanha, ele diz ainda ter vergonha de pedir voto. "Não tenho ainda essa autoestima".

O principal impacto do engajamento, diz, foi o prejuízo profissional. Ele afirma ter perdido contratos de trabalho em função da candidatura. Yuka se considera vítima de ªcassação veladaº.

"O Freixo é candidato e deputado federal. Ele tem uma profissão que lhe garante continuar como candidato. Eu não. Quando entro nisso, o mercado se fecha para mim. A maioria dos meus contatos de trabalho falaram: `Depois da eleição a gente conversa'. Mas eu preciso existir durante a campanha."

Militante social desde os 16 anos, Yuka conheceu Freixo há dez anos na escadaria da Assembleia Legislativa. Eles protestavam contra a violência policial.

"Ele entrou falando. [Me perguntei] `Quem é esse mauricinho que está peitando a polícia?' Um garoto branco, parecia estudante de faculdade. Olhando nos olhos da polícia falando com uma indignação que me impressionou", disse o músico. Freixo era à época membro da ONG Justiça Global.

Além da política e da música, Yuka já participou de movimento educacional em cadeias e favelas. Organiza também encontros para debate sobre políticas sociais e drogas. Num dos últimos, uniu no mesmo espaço juízes de varas da Infância e Juventude e usuários de crack para debater a política sobre drogas.

Paraplégico há 12 anos sequela dos nove tiros de que foi alvo num assalto, Yuka acompanha Freixo apenas em algumas agendas. Afirma que seu papel na campanha, assim como num eventual governo, é "lúdico".

"Serei um cara de plantão para que a gente nunca se afaste desse processo de uma cidade mais humana. Posso fazer uma conversa mais lúdica nesse campo que às vezes pode parecer apenas tapar buraco", disse ele.

 

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