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09/10/2012 - 09h40

'Vamos decidir 2014 na hora certa', diz Eduardo Campos

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NATUZA NERY
ENVIADA ESPECIAL A RECIFE

Já um dos maiores vencedores individuais desta eleição, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) diz que não olhará só os interesses do PSB na hora de definir como o partido jogará na sucessão presidencial de 2014, e promete: "não vamos brincar com essa vitória. Ela é muito séria para nós".

Leo Caldas/Folhapress
Eduardo Campos durante entrevista em seu gabinete
Eduardo Campos durante entrevista em seu gabinete

Em entrevista à Folha, deu um recado para quem, desde já, se incomoda com o avanço eleitoral da legenda: "é bom para a presidente Dilma ter um partido amigo crescendo.

Sob seu comando, a sigla socialista foi quem mais cresceu nestas eleições municipais. O próprio governador acumulou um ganho pessoal com reflexos nacionais: desbancou o PT de Recife ao eleger um afilhado político desconhecido para o comando da capital.

Questionado se jogará em 2014 do lado do PT ou do PSDB, partido que já o corteja por uma aliança, não foi conclusivo. Disse apenas que está na base e que sua relação com os tucanos se dá "à luz do dia". "Não admitimos a polarização que muitas vezes é muito mais algo de São Paulo."

*

O sr. disse que o PSB sai da infância e entra na maioridade. O que isso significa?
Que a responsabilidade cresce; e quando ela cresce, a gente tem de ter muito cuidado com o que a gente fala, com nossas atitudes. Nós vamos fazer dessa vitória do PSB uma vitória do bom senso. Nós temos a cabeça no lugar e pés no chão. Nós não vamos brincar com essa vitória. Ela é muito séria para nós.

O sr. também afirmou que o PSB estará no jogo de 2014, mas só há três formas disso ocorrer: como candidato, como vice ou sendo satélite de alguém. Em qual posição vai jogar?
Não vamos resolver isso agora. Temos que resolver isso no tempo certo. Ao passar o segundo turno, queremos ajudar a presidente Dilma a seguir ajudando o Brasil. É a tarefa que nos cabe neste momento. Agora, decidir hoje 2014, nem o PSB pode decidir nem ninguém tem isso decidido. Nós não vamos olhar só os interesses do PSB na hora de tomar essa decisão. Vamos olhar, primeiro, os interesses do Brasil.

Mas o PSB vai para o jogo de 2014 pelo governo ou pela oposição?
Nós temos uma história ao lado do campo que governa hoje o Brasil desde 1989, e temos relação com o PSDB em muitos Estados. Até porque o PSDB tem uma história importante na vida pública. Não admitimos a polarização que muitas vezes é muito mais algo de São Paulo. E nós temos essa relação [com o PSDB] à luz do dia, não às escondidas.

Mas o nosso campo sempre foi muito definido. Estamos no projeto da presidente Dilma, e não estivemos juntos só nas horas boas, não. Por estar neste projeto a gente vai deixar de ter relação com o PSDB? Não tem sentido.

Ter maioridade é se firmar como "partido fiel de balança", como é o PMDB?
É governar mais cidades, ter mais Estados, eleger mais deputados e senadores. Esse esforço todo fará o PSB mudar de patamar. Estamos crescendo de maneira saudável, não vivemos ciclos de inchaço, de crescimento artificial, mas com qualidade, de maneira que o partido tenha tamanho mas também propostas, tenha o que apresentar.

É bom para a presidente Dilma ter um partido amigo crescendo, um partido que ela pode confiar e que jamais vai pedir algo que a constranja ou seu governo.

Mas que pode enfrentá-la em 2014.
Isso é você quem está dizendo [risos].

O sr. é pré-candidato à Presidência em 2014?
Nós não terminamos nem 2012; 2014 vamos decidir na hora certa.

O sr. descarta ser aliado de Aécio Neves (PSDB-MG) em 2014?
Veja, desde a eleição de Tancredo, nós nunca mais estivemos em um mesmo palanque nacional. Aécio hoje faz parte da oposição e o PSB está na base de sustentação da presidente Dilma.

Quem será o candidato do PT em 2014, Dilma ou Lula?
Muito cedo para saber isso. Mas, pelo andar da carruagem, o que se imagina é que a presidente Dilma tem as condições de fazer a disputa representando toda essa frente que ela hoje lidera

O projeto nacional do PSB sofre alguma ameaça dos irmãos Ciro Gomes e Cid Gomes?
Eles ajudam no projeto PSB, são duas lideranças importantes do nosso partido.

Qual será o papel político do PSB daqui para frente?
O PMDB teve o papel da transição democrática; o PSDB, a transição econômica brasileira. O PT tem feito a transição social no Brasil, que também é econômica. Mas estamos agora num ciclo de crise severa do capitalismo com efeito no mundo inteiro, com efeito mais forte no Brasil mais forte nos últimos dois anos. Temos que olhar para o novo ciclo da nova economia e da perspectiva de ocupar novos espaços na economia global. Precisamos construir um novo federalismo. As prefeituras vivem hoje uma grande crise fiscal. Do mesmo jeito que faz bem a Lei da Ficha Limpa para evitar que vagabundo dispute eleição para prefeito, a gente também tem que dar condição a quem não for vagabundo de se eleger e fazer um posto de saúde, escola de tempo integral, saneamento da rua. Não pode ficar o município dependendo de Estado, da União. Temos que discutir isso, não 2014, 2018, 2022.

Qual a porcentagem de popularidade do senhor?
90%.

Em com esses 90% elegeu um técnico desconhecido no primeiro turno. Parte do projeto para virar adulto na política nacional?
Quem elegeu o prefeito foi o povo do Recife.
Mas foi o senhor que escolheu o candidato.
Não, 14 partidos políticos.

O PSB vai disputar a presidência da Câmara para consolidar essa maioridade?
Isso é assunto para deputado. Eu não sou mais deputado.

 

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